O ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, declarou que planeja privatizar até junho deste ano a gestão de fundos de investimento do Banco do Brasil, que hoje é feita pela BBDTVM, subsidiária integral da empresa. O processo visa formar uma nova empresa, controlada pela iniciativa privada, para gerir os ativos do BB.
Está em jogo a disputa pela administração dos ativos do Banco do Brasil, que representam hoje R$ 1 trilhão de reais, sendo a BB DTVM a maior gestora de recursos do País. A exigência para disputar o ativo é ter, no mínimo, US$ 400 bilhões em ativos sob gestão.
Segundo jornais de grande circulação com forte relacionamento junto ao sistema financeiro, a concorrência pela maior gestora de ativos do país estaria entre 51 candidatos, dentre os quais, três pesos-pesado norte-americanos: BlackRock, a maior do setor no mundo, Principal Financial Group, sócia do banco na Brasilprev, e Franklin Templeton Investments, que está a procura de um ativo no País. Também concorre ao pleito a empresa Suíça UBS, que firmou memorando de entendimentos com o BB no ano passado.
O discurso de Bolsonaro, negando a privatização do BB, é desmentido pelas ações de Paulo Guedes. A contradição das falas parece jogo combinado para confundir e continuar tocando o projeto de privatização do BB.
“Não há qualquer razão estratégia para se ter um sócio nesse negócio, que não demanda capital nem expertise que a BBDTVM já não tenha de sobra. Isso é lesa pátria”, frisa o Presidente do Sindicato e bancário do BB, Kleytton Morais.
“Estão matando o BB da pior forma possível, cruel e lentamente sendo sufocado. Suas principais fontes geradoras de receitas e que não demandam capital, como cartões, seguridade e DTVM, entregues numa bandeja aos concorrentes. O Sindicato dos Bancários de Brasília defende a manutenção da BBDTVM como subsidiária e gestora dos ativos do Banco do Brasil”, complementa o dirigente.
BBDTVM foi eleita melhor gestora de fundos de renda fixa
A BBDTVM foi eleita esse mês a melhor gestoras de fundos de renda fixa pela Exame, tendo 5 fundos classificados como “5 estrelas”, além de receber da agência de rating Moody’s o selo de excelência.
Para a Conselheira Débora Fonseca, representante dos funcionários no Conselho de Administração do BB, “os funcionários do Banco sempre demonstraram extremo comprometimento e competência, estão em constante atualização e formação. Foram esses funcionários que com seu esforço promoveram o crescimento orgânico da BBDTVM até ela chegar a ser a maior gestora de ativos do Brasil, como é atualmente.”
Débora Fonseca, conselheira de administração eleita, defende a BBDTVM.
“Num cenário em que a BBDTVM é reconhecida em tantos níveis, não parece fazer sentido colocar um parceiro no negócio. O que esse parceiro agregaria? Estaríamos abrindo mão de receita e tendo qual retorno?”, indaga Débora Fonseca.
BB é destaque mundial. Qual o sentido em privatizar?
Na terça-feira (21), o Gerente Geral de Relações com Investidores do Banco do Brasil enviou um comunicado ao mercado dando conta da posição de destaque do BB no ranking Global 100 pela Corporate Knights, divulgado no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
O BB foi a única empresa brasileira a figurar entre as 10 corporações mais sustentáveis no mundo.
De acordo com o levantamento, que avaliou mais de 7300 empresas, o banco ocupa o 9º lugar no ranking global, sendo a única empresa do ramo financeiro da América Latina a integrar a lista.
O Global 100 é um índice anual da Corporate Knights, que classifica as empresas pelo desempenho em sustentabilidade, avaliando as dimensões econômica, ambiental e social. O ranking é baseado em dados públicos disponibilizados pelas empresas.
“Esta posição reforça o destaque e importância estratégica do Banco do Brasil, evidenciado pela análise dos indicadores que compõem a metodologia adotada , dentre os quais o desempenho na gestão financeira, as receita obtida de produtos e serviços com benefícios sociais e ambientais. Portanto, a anunciada intenção de Guedes em entregar ativos importantes do BB é, sem dúvida, uma estratégia pra enfraquecer a empresa pra depois privatizá-la,” pontua Marianna Coelho, representante dos funcionários na comissão de empresas do Banco do Brasil e também Secretária de Assuntos Jurídicos do Sindicato.
Fonte: Seeb Brasília