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2 de Janeiro de 2019 às 18:42

Novo chanceler anuncia parceria com EUA “por uma ordem internacional diferente”


Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O novo chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, durante entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty
Jornal GGN

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que o Brasil e os Estados Unidos iniciam uma nova etapa nas relações bilaterais.
 
A declaração foi feita nesta quarta-feira (02), logo após seu primeiro encontro com um representante dos EUA, como chanceler, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
 
“Trocamos ideias sobre nossa visão de mundo, de como trabalhar juntos pelo bem, por uma ordem internacional diferente, que corresponda aos valores dos nossos povos".
 
Ainda, segundo o ministro, a "nova relação" com os EUA é uma consequência desse “realinhamento interno do Brasil e com outros países igualmente”. 
 
 
Pompeo também falou com a imprensa, destacando que o presidente Donald Trump quer estreitar laços com o governo Bolsonaro em diversas áreas: “Às vezes é difícil para americanos fazerem negócios no Brasil e, às vezes, é difícil para brasileiros fazerem negócios nos Estados Unidos também”, disse o representante daquele país enviado para assistir a posse de novo presidente brasileiro.
 
Ernesto Araújo disse ter certeza de que a "nova fase" das relações exteriores entre os dois países "será muito produtiva":
 
"Uma etapa que criará instrumentos concretos, que vão ajudar nossa economia, a gerar empregos, novas oportunidades de negócios, novas iniciativas em todas as áreas”, prometeu.
 
O chanceler foi perguntado sobre um eventual conflito entre os interesses comerciais, respondendo que o país não tem esse problema, arrematando:
 
“O Brasil tem que se colocar como um país grande. Um país grande precisa, ao mesmo tempo, trabalhar no mundo em favor de seus valores e trabalhar pelo crescimento econômico, fazer negócios e gerar oportunidades comerciais." 
 
O governo Bolsonaro reafirmou, por exemplo, que irá transferir a embaixada do Brasil em Israel, hoje em Tel Aviv, para Jerusalém. A ação é analisada por especialista em relações exteriores e em mercado como um risco às relações comerciais com os países árabes, 5º principal destino dos produtos brasileiros. Eles compraram US$ 10 bilhões do país, entre janeiro e setembro do ano passado, segundo dados do Sistema Integrado de Comércio Exterior Brasileiro (Siscomex). 
 
Araújo foi indicado pelo filósofo de extrema-direita Olavo de Carvalho e é um crítico do “marxismo cultural” e da globalização, que chama de “globalismo”. 
 
Em um artigo que será publicado na edição de janeiro da revista americana The News Criterion, o chanceler brasileiro escreveu que "Deus está de volta" no Brasil e que a sua providência "uniu as ideias de Olavo de Carvalho à determinação e ao patriotismo de Jair Bolsonaro". 
 
Ele ainda declarou que Olavo, Bolsonaro e a Operação Lava Jato foram responsáveis por salvar o Brasil do "marxismo cultural". 
 
Em 2017, o chanceler foi autor de outro artigo, de 36 páginas, que circulou nas redes sociais logo após ser anunciado para compor a equipe de Bolsonaro. No texto, intitulado Trump e o Ocidente, elogia o presidente norte-americano como uma espécie de salvador da identidade do Ocidente no mundo moderno.
 
“Trump propõe uma visão do Ocidente não baseada no capitalismo e na democracia liberal, mas na recuperação do passado simbólico, da história e da cultura das nações ocidentais”, escreveu. 
 
Em outro texto, publicado em seu blog, explicou: "Parte importante do projeto globalista é transferir poder econômico do Ocidente para o regime chinês; parte fundamental do projeto de Trump é interromper esse processo, o que já está ocorrendo". 

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