Reuters
O Brasil deixou o Pacto Global de Migrações da ONU, se juntando assim aos Estados Unidos e a outros países que também se retiraram do acordo, que foi criticado pelo governo de Jair Bolsonaro.
A agência de notícias Reuters confirmou a informação com um diplomata brasileiro informado do assunto, que não quis se identificar.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já tinha afirmado em dezembro, antes de Bolsonaro tomar posse, que pretendia retirar o país do acordo.
Com um recorde de 21,3 milhões de refugiados em todo o mundo, a ONU começou a trabalhar no acordo não-vinculante depois de mais de 1 milhão de pessoas chegarem à Europa em 2015, muitos fugindo da guerra na Síria e da fome na África.
O acordo, que trata de questões sobre como proteger melhor os migrantes, como integrá-los a sociedade e estabelece regras para enviá-los de volta a seus países de origem, tem sido criticado por representantes da direita radical na Europa, como o premiê húngaro Viktor Orbán e o vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini.
Segundo eles, o documento poderá aumentar a imigração para o continente.
Todos os 193 membros da ONU, exceto os EUA, concordaram com o texto do pacto em julho, mas somente 164 o ratificaram formalmente, entre eles o Brasil —o ex-presidente Michel Temer era um defensor do acordo.
Na segunda (6) o papa Francisco também tinha defendido o acordo e, sem citar ninguém diretamente, criticado países que tomam ações isoladas para tentar resolver a questão da migração.
Araújo já disse que o Brasil continuará a aceitar refugiados da vizinha Venezuela, mas que o ponto fundamental é restaurar a democracia no país.