Foi lembrado, na ocasião, que a falta de pessoal e a consequente sobrecarga de trabalho são condição geral na Caixa, mas na reunião regional foram destacadas algumas unidades de São Paulo, Osasco e região (base do Seeb/SP) em que os empregados estão mais do que cansados: as agências Picanço, da área da SR Santana; a Celso Garcia, da SR Sé; a Mirandópolis, da SR Ipiranga; e a Conselheiro Carrão, da SR Penha.
Os representantes dos empregados destacaram ainda que, na primeira rodada de negociações específicas da Campanha Nacional Unificada 2016, a Caixa afirmou que não há previsão de contratações, nem para repor as vagas abertas pelo Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA), que só até julho deste ano já responde por 601 saídas. Em 12 meses (junho de 2015 a junho de 2016) a Caixa eliminou 2.235 postos de trabalho. “A direção do banco disse que lidaria com a falta de pessoal em cada local fazendo realocações baseadas em estudo de redimensionamento das agências. O movimento sindical vê com preocupação essa medida porque sabemos que o cobertor é curto, e se cobre a cabeça descobre o pé. De qualquer forma, vamos cobrar que resolvam o problema de algumas unidades onde a carga de trabalho está insustentável e o atendimento ao público está precário”, explica Chico.
Ocorre que, pelas regras do Fórum Regional de Condições de Trabalho, o banco tem até 30 dias para apresentar solução para os problemas apresentados pelos representantes dos empregados.
Transferência
Na reunião também foi apresentado o pedido de transferência de uma colega por motivos de saúde. A SR Penha, responsável pela unidade onde trabalha a bancária, se prontificou a atender à solicitação da trabalhadora assim que ela voltar de licença médica. Na ocasião, o representante da SR Penha também explicou que não esteve presente à última reunião porque não foi convidado pela Gipes, mas disse que está à disposição para debater questões que levem à melhoria das condições de trabalho e de atendimento à população.
Rankings
Em uma reunião do Fórum, ocorrida em 21 de julho, os trabalhadores apresentaram denúncia de ranking de performance de bancários subordinados à SR Santana. Rankings são proibidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. “Na ocasião, o representante da SR disse que todos os gestores das unidades subordinadas seriam reorientados quanto à prática. Nas primeiras semanas após a reunião, os rankings de fato cessaram, mas voltaram há alguns dias. Expor os trabalhadores por sua produtividade, ainda que se declare que a intenção é positiva, é um constrangimento. É uma prática, por exemplo, que vemos ser adotada por empresas como McDonald’s, que já sofreram inquérito por trabalho análogo à escravidão”, critica o dirigente sindical Danilo Perez.
A denúncia foi reapresentada na reunião da semana passada e o representante da SR Santana se comprometeu a rever novamente essa política. “Se não for revista, a resposta dos empregados será com ação sindical”, avisa Danilo.
Estrutura física
O representante da Gerência de Logística (Gilog) anunciou a solução de dois problemas apresentados na última reunião: houve o conserto do ar-condicionado e da infiltração no prédio onde funcionam a agência Curuçá e a Giret Penha, sendo ainda solucionado o transbordamento do esgoto na agência Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte. A Gilog também informou que na próxima semana estará resolvida a infiltração na agência Barra Funda. Foi dito também que o condomínio do prédio onde está localizada a agência República tem prazo de 20 dias para resolver o problema de falta de carga elétrica para o funcionamento do elevador.
“O fórum nasceu de uma proposta construída pelo banco e pelos empregados, com o objetivo de resolver problemas que afetam as condições de trabalho no banco. É importante que os bancários comuniquem os problemas às entidades representativas, para que os dirigentes possam levar às reuniões mensais”, diz Francisco Pugliesi. As denúncias e reclamações que foram encaminhadas pelos empregados estão sob o guarda-chuva da garantia de sigilo.
Fórum
A criação de fóruns regionais e do nacional, para discutir e apresentar soluções às condições de trabalho no banco, é conquista dos empregados da Caixa na Campanha Nacional Unificada 2014. São integrados por representantes dos trabalhadores e de diversos setores do banco. A princípio foram criados sete módulos-piloto: Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo, mas o objetivo é aumentar o número até abranger todo o país.
Aos empregados cabe denunciar problemas em seus locais de trabalho por meio do instrumento de combate ao assédio moral. O sigilo do denunciante é preservado.
O Fórum discute as seguintes questões: estrutura física e de pessoas, conflitos no ambiente de trabalho, jornada de trabalho e acompanhamentos de resultados.