Combate à violência de gênero Compartilhe Facebook Instagram Whatsapp X/Twitter

BASTA!

Começam os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, mobilização por respeito e pela vida

24 de Novembro de 2025 às 08:17


A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec/CUT-CN) se conecta às mobilizações mundiais para marcar os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, uma iniciativa crucial que no Brasil se estende do Dia da Consciência Negra (20 de novembro) ao Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de dezembro no Brasil. A campanha internacional de ativismo tem 16 dias, começando em 25 de novembro, Dia do Combate à Violência contra a Mulher.

“A urgência dessa campanha é inegável, diante dos números alarmantes da violência de gênero no país. A realidade expõe uma grave violação de direitos e um descaso com a vida das mulheres, escalando para o feminicídio, que atinge as mulheres negras de forma desproporcional”, afirma Elis Regina Camelo Silva, secretária da Mulher da Fetec-CUT/CN.

O período de 21 dias de ativismo é essencial, já que os números de violência de gênero são alarmantes. Em 2024, por exemplo, o Painel Disque 180 registrou mais de 573 mil violações de direitos contra as mulheres no Brasil, segundo dados do Ministério das Mulheres. Essa responsabilização que a legislação cria para que os homens respondam por seus atos e as mulheres sejam protegidas é apenas uma parte de um problema bem maior: o valor que a mulher tem na sociedade. Essa violência demonstra que as mulheres valem pouco, que sua vida vale pouco.

Feminicídios em alta; mulheres negras são maiores vítimas

Os dados do feminicídio reforçam a urgência da campanha, indicando que a violência não é apenas persistente, mas letal e marcada pela desigualdade racial.

Segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado neste mês:

  • 1.492 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2024, o que representa uma média de 4 feminicídios por dia.
  • A maior parte das vítimas eram mulheres negras (63,6%).
  • 70,5% das vítimas tinham idade entre 18 e 44 anos.
  • Mais da metade dos crimes ocorreram dentro da casa da vítima (64,3%).
  • 8 em cada 10 feminicídios foram cometidos por companheiros ou ex-companheiros.

Esses números mostram que o racismo estrutural e o machismo atuam de forma combinada, tornando as mulheres negras as principais vítimas da letalidade da violência de gênero.

O enfrentamento da violência exige a responsabilização dos agressores, a proteção integral das vítimas e, acima de tudo, uma transformação cultural profunda. A Secretaria da Mulher da Fetec/CUT-CN atua diretamente nesse sentido.

Para Elis Regina, o ativismo é um imperativo social. "Mais de meio milhão de violações anuais e a escalada de feminicídios, especialmente contra mulheres negras, mostram que a legislação é fundamental, mas a raiz do problema é a desvalorização da vida das mulheres. Essa campanha é essencial para combater essa raiz e garantir que as mulheres valham e vivam plenamente."

O período dos 21 Dias de Ativismo é composto por diversas datas que buscam conscientizar e pautar a sociedade sobre o tema:

  • 20 de novembro: Dia Nacional da Consciência Negra e início da Campanha dos 21 Dias de Ativismo no Brasil.
  • 25 de novembro: Dia Internacional de Não-Violência contra a Mulher (início da campanha global).
  • 6 de dezembro: Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
  • 10 de dezembro: Dia Internacional dos Direitos Humanos (encerramento da campanha global e brasileira).

“A Fetec-CUT-CN convida toda a sua base a refletir sobre suas próprias atitudes e o papel de cada um e cada uma na construção de uma sociedade onde a vida das mulheres seja prioridade e seu valor, inegociável, apoiando a campanha e denunciando a violência”, conclui Elis Regina.

Fonte: Fetec-CUT/CN

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