Fetec participa do VIII Fórum pela Visibilidade Negra no SF e reforça compromisso com a equidade racial e de gênero

A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito no Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) participou na quinta e sexta-feira 6 e 7 de novembro, em Fortaleza, do VIII Fórum pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, um importante espaço de reflexão sobre as desigualdades raciais e de gênero no mundo do trabalho e os caminhos para construir um sistema financeiro mais inclusivo e democrático. O Fórum aprovou uma agenda estratégica para fortalecer o combate ao racismo e ampliar a inclusão da população negra no setor financeiro.

O evento reuniu lideranças sindicais, especialistas e representantes de instituições públicas e privadas para discutir as raízes históricas das desigualdades raciais no Brasil, as consequências dessas estruturas nas relações de trabalho e as estratégias para promover justiça social e equidade racial.

Durante os debates, destacou-se que o racismo estrutural continua a influenciar o acesso da população negra a oportunidades, cargos de liderança e reconhecimento profissional. Foram apresentadas análises que evidenciam a sub-representação de pessoas negras no sistema financeiro, bem como a necessidade de políticas efetivas de inclusão e valorização da diversidade nas instituições.

Outro ponto central foi a discussão sobre empoderamento e resistência negra, ressaltando o papel da cultura, da educação, do direito e da política como instrumentos de transformação social. As experiências sindicais de enfrentamento ao racismo também ganharam espaço, mostrando o quanto a categoria bancária vem se mobilizando para construir ambientes de trabalho mais justos e diversos.

O segundo dia do fórum trouxe reflexões sobre o papel do sistema econômico na redução das desigualdades e na promoção de políticas que ampliem o acesso de negras e negros ao mercado de trabalho formal, especialmente no setor financeiro.

Visibilidade para romper barreiras

Para Elis Regina Camelo, secretária da Mulher da Fetec-CUT/CN, a participação da Federação em espaços como o Fórum reforça o papel transformador do movimento sindical na promoção da equidade racial e de gênero.

“Acreditamos que a visibilidade negra no sistema financeiro é essencial para romper barreiras históricas e promover relações mais justas e igualitárias. Nossa participação reafirma o compromisso da Fetec-CUT/CN com a equidade racial e de gênero, e com o fortalecimento das mulheres negras que constroem diariamente esse setor com competência e resistência”, afirmou Elis Regina.

Para Neide Rodrigues, presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e vice-presidenta da Fetec-CUT/CN, a sub-representação negra em cargos de liderança evidencia a necessidade de debates e ações concretas. “A sub-representação negra em cargos de liderança no sistema financeiro explicita a falta de democracia no acesso a oportunidades e ascensão profissional. O debate sobre o racismo estrutural é urgente para que a igualdade racial se concretize dentro e fora dos bancos. É papel das entidades sindicais provocar essa reflexão e lutar por políticas que garantam diversidade e justiça”, destacou Neide Rodrigues.

Ao participar do Fórum, a Fetec-CUT/CN reafirmou seu compromisso com a promoção da igualdade racial e de gênero, reconhecendo que o enfrentamento ao racismo estrutural é uma pauta que atravessa toda a classe trabalhadora. A Federação seguirá atuando pela valorização da diversidade, pela inclusão e pela construção de um sistema financeiro mais humano, plural e democrático.

“O Fórum Nacional pela Visibilidade Negra é um espaço importantíssimo para todos nós, para discutir as nossas duras realidades, construir propostas em nível nacional e organizar a luta contra todas as formas de discriminação. Racismo é crime, mas infelizmente em pleno século 21 isso é uma realidade”, acrescentou Arilson da Silva, secretário-geral da Fetec-CUT/CN.

“Queremos uma sociedade justa sem exclusão racial, mais fraterna. Fortalecer a nossa luta em defesa de políticas públicas de combate ao racismo é essencial para a construção de um mundo do trabalho descente, sem racismo, sem desigualdade”, concluiu Arilson.

Carta de Fortaleza reforça compromissos e tarefas imediatas

Entre os principais encaminhamentos aprovados no Fórum estão:

• Promoção de formação permanente sobre relações raciais;
• Criação de protocolos antirracistas e canais de denúncia;
• Realização de fóruns locais e atividades nas datas históricas da luta negra;
• Qualificação profissional com foco na juventude negra;
• Criação de coletivos e fundos de apoio para ampliar a participação de dirigentes negros;
• Ações de promoção da saúde da população negra;
• Realização periódica de reuniões de mobilização e organização.

Fonte: Fetec-CUT/CN