
A pejotização irrestrita e a terceirização denunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado do Amapá (Sintraf-AP) e por outras organizações sindicais, é a prática de contratar trabalhadores e trabalhadoras sem a obrigação de pagar os direitos e benefícios conquistados ao longo da história. Esse modelo de contratação, está crescendo nos bancos privados em vários estados, com o objetivo de aumentar seus lucros. Sem se preocupar com a segurança e dignidade dos bancários e bancárias.
Como funciona a pejotização e a terceirização?
As empresas deixam de registrar os profissionais como empregados formais, pagam menos ou nada sobre a folha de pagamento, causando prejuízos e retrocessos que afetam toda a sociedade.
Como afeta os bancários:
A contratação pela Pessoa Jurídica (PJ) e a terceirização do trabalho já foram denunciadas em vários estados do Brasil. O movimento sindical bancário, junto à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), vem realizando dias de luta contra o principal banco denunciado por essas contratações, o Santander.
A prática é uma das estratégias utilizadas pelos bancos para desestruturar a categoria e causando a demissão de inúmeras pessoas.

Além da precarização da profissão através dessas contratações, é perceptível o favorecimento pelo gênero. As mulheres liderando o número de demissões tem motivo, isso é reflexo da mudança estrutural dos cargos bancários, e a ampliação de vagas de tecnologia da informação. Cargos ainda predominantemente ocupados por homens. Para combater essas demissões, durante as mesas de negociações, o movimento sindical lutou pela inclusão de cláusulas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que promovam a equidade de gênero na tecnologia.
Outros setores:
O poder público também realiza a contratação através de outras empresas, dessa maneira os profissionais ainda são CLTs, mas subordinados a uma empresa terceirizada e não ao governo ou município. Com salários inferiores, sem benefícios ou perspectiva de progressão na carreira.
No Amapá, nos últimos anos foram realizados concursos com o intuito de mudar essa postura. Mas o número de vagas ainda está longe de ser o ideal, e muito precisa ser feito para acabar com essa prática.
Quais direitos são perdidos ?
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Férias Remuneradas
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13º Salário
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FGTS
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Plano de Saúde
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Vale alimentação
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Contribuições para a Previdência Social (afetando a aposentadoria)
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Licença maternidade/paternidade
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Seguro-desemprego
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Participação dos Lucros e Rendimentos (PLR)
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Programas de Remunerações Variáveis dos bancos
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entre outros...
Por que a Pejotização e terceirização do trabalho deve ser combatida?
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também é impactado, sofre uma diminuição nas contribuições. O fundo é responsável por financiar programas de assistência social, como Minha Casa Minha Vida e em obras de infraestrutura urbana.
O Sistema S também sofre. Trata-se do conjunto de instituições brasileiras com o objetivo de capacitar profissionais, promover serviços sociais, culturais, de saúde e lazer, para os trabalhadores e sociedade. Entre elas estão o Senac, Senai, Sesc, Sesi, entre outros. O sistema é mantido com parte da folha de pagamento feita pelas empresas, que diminui com a precarização das relações de trabalho.
O Supremo Tribunal Federal (STF), permite a terceirização, mas se apresentar práticas de fraude, desvio ou precarização abusiva, com objetivo de explorar ou enganar o trabalhador, pode e deve ser denunciada na justiça. A implementação dessa tática, é visível ainda apenas no banco Santander, mas é o primeiro passo para os demais bancos privados adotarem esse modelo de contratação prejudicial.
O presidente do Sintraf-AP, Samuel Bastos, orienta os trabalhadores a procurarem o sindicato em qualquer avanço nesta forma de precarização da profissão bancária e destaca:
“A pejotização e a terceirização vêm avançando de forma preocupante no setor bancário. Não só precariza as condições de trabalho, como também compromete a qualidade dos serviços prestados à população. O Sintraf-AP, segue firme na defesa da categoria. Lutamos por contratações diretas, com direitos garantidos e valorização dos trabalhadores do setor financeiro” afirma o Samuel.
Redação Sintraf/AP
Texto: Giovane Brito
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