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SEEB RONDÔNIA

Bancários protestam contra demissões e fechamento de agências do Bradesco em Rondônia

25 de Novembro de 2025 às 08:39


A agência do Bradesco da avenida Sete de Setembro, Centro de Porto Velho, teve sua abertura para atendimento adiado por uma hora na manhã desta quarta-feira (19/11), em protesto dos bancários contra a onda de demissões e fechamento de agências do banco.

Os manifestos públicos foram feitos, simultaneamente, nos demais estados do país, como parte do Dia Nacional de Luta que também combate a precarização do atendimento e o desprezo do banco com a população, principalmente das localidades que tem encerradas as atividades do banco.

Mesmo com lucro, Bradesco fecha portas e aumenta o isolamento financeiro

O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 18,136 bilhões nos nove primeiros meses de 2025, um aumento de 28,2% em relação ao mesmo período de 2024. Na comparação trimestral, o lucro cresceu 2,3%, passando de R$ 6,067 bilhões no 2º trimestre para R$ 6,205 bilhões no 3º trimestre.

Apesar dos resultados expressivos, o Bradesco continuou reduzindo empregos e fechando unidades. A holding encerrou o 3º trimestre de 2025 com 81.657 funcionários (sendo 70.152 bancários), o que representa a eliminação de 2.361 postos de trabalho em doze meses — 490 apenas no último trimestre.

A base de clientes do Bradesco aumentou em 1,1 milhão, totalizando 74 milhões. Mas, no mesmo período, o banco fechou 296 agências, 1.246 postos de atendimento e 61 unidades de negócios, encerrando setembro com 2.059 agências, 1.978 postos e 707 unidades de negócios.

“O Bradesco tentar justificar que essas demissões fazem parte da estratégia de ‘otimização do custo de servir’”, ao mesmo tempo em que reforça áreas de tecnologia e negócios. Mas está bem claro que essa ‘otimização’ significa, na prática, sobrecarga de trabalho, aumento da pressão por metas e a consequente piora no atendimento à população”, destaca Ivone Colombo, presidenta do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).

De junho de 2024 a junho de 2025, o Bradesco fechou 342 agências, 1002 postos de atendimento e 127 unidades de negócio. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), isso significa que, sozinho, o banco foi responsável por quase 38% de todas as agências fechadas no sistema bancário brasileiro no período, um dado alarmante que mostra a dimensão do problema.

Cidades inteiras sem atendimento bancário

O fechamento de unidades tem afetado comunidades inteiras, principalmente no interior. Em municípios pequenos, moradores precisam viajar longas distâncias para realizar operações essenciais como, por exemplo, dos aposentados do INSS, que recebem seus benefícios pelo Bradesco.

Sem agências, o dinheiro deixa de circular, o comércio perde movimento e a economia local se enfraquece. Sem agências, os clientes são jogados para o atendimento de correspondentes bancários, empresas que contratam trabalhadores sem a proteção da convenção coletiva de trabalho da categoria bancária. Assim, o custo de servir recai sobre estes trabalhadores.

“Mas, como podemos confirmar ‘in loco’, a coisa é ainda mais assustadora em Rondônia, pois além de não terem um atendimento presencial do bancário – ou quando tem, é extremamente precário – os aposentados se deparam com os terminais de autoatendimento totalmente desativados, como nesta agência da Sete de Setembro. É um completo desserviço com a sociedade, que confirma que o banco coloca o lucro acima das pessoas, sejam os funcionários – que acabam adoecendo com a sobrecarga de trabalho e pressão constante – sejam os clientes e usuários, que quando ainda encontram uma agência aberta, se deparam com um cenário de caos e abandono”, concluiu a dirigente.

Fonte: SEEB-RO

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