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MENOS METAS E ASSÉDIO

Bancários do Banco do Brasil fazem protestos contra a direção do banco

6 de Novembro de 2025 às 05:04


Bancários e bancárias do Banco do Brasil realizaram nesta quarta-feira 5 mobilizações em todo o país em um Dia Nacional de Luta para denunciar o aumento da pressão por metas, o assédio organizacional e o total desrespeito promovido pela atual diretoria. Todas as bases da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito no Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) participaram da mobilização.

Em Brasília, sede do BB, as atividades ocorreram na região de Taguatinga, onde o funcionalismo retardou a abertura das agências pela manhã. Houve distribuição de materiais informativos, exposição de faixas e diálogo com a população sobre as condições de trabalho e seus reflexos na qualidade do atendimento à sociedade.

De acordo com os dirigentes sindicais, o ambiente de trabalho nas agências do Banco do Brasil tem se tornado insustentável. A imposição de metas, aliada à redução do quadro de pessoal e ao fechamento de unidades, tem provocado adoecimento físico e mental, sobrecarga e um clima de medo e insegurança entre os funcionários.

Rodrigo Britto, presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), esteve presente nas mobilizações e fez um contundente alerta sobre o cenário enfrentado pela categoria. “Em todo o país, os colegas sofrem com metas abusivas e uma estratégia corporativa equivocada, com acordos de trabalho muitas vezes inviáveis de serem cumpridos. A direção do Banco do Brasil tem transformado ferramentas administrativas em instrumentos de pressão e assédio, gerando um verdadeiro adoecimento coletivo. Estamos aqui para denunciar o descaso da gestão, a falta de condições de trabalho adequadas e o ambiente de medo e ansiedade que tem dominado as unidades”, afirmou Britto.

Veja como foi a manifestação em Brasília

Além do impacto direto sobre os trabalhadores, as medidas da direção do BB têm repercussões graves para a população brasileira. O fechamento de agências e a redução de pessoal resultam em atendimento precário, filas maiores e dificuldade de acesso a serviços essenciais, sobretudo nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. Para os dirigentes sindicais, trata-se de uma política de desmonte que compromete o papel histórico do Banco do Brasil como instituição pública voltada ao desenvolvimento nacional.

A postura da direção do banco, segundo os trabalhadores, contraria a tendência internacional nas relações de trabalho. Enquanto diversos países avançam na redução da jornada, impulsionados pelo desenvolvimento tecnológico e pelo aumento da produtividade, o Banco do Brasil caminha na direção oposta, tentando ampliá-la para oito horas. Essa política tem estimulado uma concorrência desleal entre os próprios colegas, numa lógica que, segundo os sindicalistas, divide a categoria e favorece apenas os executivos do banco.

'Espaço de pressão, medo e adoecimento'

“O que antes era um ambiente de trabalho pautado pela cooperação e pelo compromisso público, se transformou em um espaço de pressão, medo e adoecimento, especialmente nas unidades de varejo, onde as metas se tornaram completamente fora da realidade”, disse a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes.

>>>>> Veja galeria de fotos dos atos

A coordenadora da CEBB explicou que em muitas unidades não será possível cumprir o que foi determinado e o resultado tende a impactar diretamente no rendimento e na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos trabalhadores, aumentando ainda mais a insatisfação e o desgaste emocional.

“Na ânsia de satisfazer acionistas, o banco impõe metas que ninguém consegue alcançar e transforma o ambiente de trabalho em um campo permanente de cobrança e medo”, explicou Fernanda. “Essa política desumaniza o trabalho e adoece quem faz o banco funcionar”, completou.

Fonte: Seeb Brasília, com informações da Fetec-CUT/CN e da Contraf-CUT

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