Notícias

home » notícias

20 de Março de 2019 às 16:31

Trabalhadores lotam auditório Nereu Ramos no lançamento da Frente Parlamentar Mista em defesa da Previdência Social

O ato realizado na Câmara dos Deputados contou com adesão de um grande número de parlamentares, centrais sindicais e entidades associativas, entre elas a Fenae


Crédito: Fenae

Brasília - Deputados e senadores de vários partidos lançaram nesta quarta-feira (20) a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social. A iniciativa conta com apoio de mais de 100 entidades da sociedade civil, entre elas a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae). Nos discursos, parlamentares  e representantes dos trabalhadores foram unânimes: a proposta de reforma do Governo Bolsonaro representa o desmonte da Previdência Social pública e solidária no Brasil e é preciso reforçar a mobilização nas ruas para derrubar o projeto.

O auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, onde ocorreu o ato de lançamento, foi ocupado por representações dos bancários, trabalhadores da educação e da saúde, policiais rodoviários, servidores públicos federais, dirigentes de centrais sindicais, federações e confederações, dentre outros.

“A Fenae se junta as demais entidades, neste momento em que o governo Bolsonaro ameaça com a retirada de direitos e quer mexer com a aposentadoria, uma grande conquista dos direitos sociais da Constituição de 88”, disse o presidente da Federação, Jair Pedro Ferreira. Segundo ele, os empregados da Caixa e outras categorias vão se mobilizar em todo o país para “vencer esta grande batalha em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras”. 

Para o senador Paulo Paim (PT/RS), um dos coordenadores da frente parlamentar, o apoio das entidades é importante para aumentar a pressão sobre o Congresso para barrar a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 6/2019), que dispõe sobre a reforma da previdência. “Esse governo tem que entender que a previdência brasileira não é do sistema financeiro, é do povo brasileiro. O governo fala que a reforma vai acabar com os privilégios, mas não ataca privilégio coisa nenhuma. A reforma ataca o direito mais sagrado do trabalhador brasileiro que é o de se aposentar”. E reforça: “a reforma, como está, não interessa a ninguém a não ser ao mercado financeiro.”

A proposta do governo foi duramente criticada pelos parlamentares que compareceram ao ato de lançamento da frente parlamentar mista.  Para deputados e senadores, que se revezaram em discursos contundentes contra o projeto, a intenção do governo é reduzir o valor dos benefícios, retardar o início da aposentadoria e restringir o alcance da assistência social.

“Esta reforma que entrega direitos ao capital financeiro, que considera privilégios os direitos dos trabalhadores rurais, dos professores, das mulheres, dos mais pobres, não passará. Vamos dizer não a destruição da previdência social”, enfatizou a deputada Erika Kokay (PT/DF).

 A deputada Jandira Feghali, líder da Minoria na Câmara dos Deputados, propôs a criação de um grande movimento cívico, assim como aconteceu nas “Diretas Já”, em defesa da solidariedade e do estado de proteção social. “ Vamos fazer muita pressão”, enfatizou a parlamentar. 

 A Frente Parlamentar Mista em defesa da Previdência Social terá uma coordenação formada por cinco deputados e cinco senadores. A composição é a seguinte: senadores - Paulo Paim(PT/RS), Elisiane Gama (PPS/MA), Jorge Kajuru(PSB/GO), Randolfe Rodrigues(Rede/AP), e Weverton Rocha(PDT/MA); deputados- André Figueiredo(PDT/CE), Bira do Pindaré (PSB/MA), Elvinio José Bonh Gass(PT/RS), professora Marcivania( PC doB/AP) e Rodrigo Coelho (PSB/SC).

Enfrentamento

Um dos objetivos da frente é unir forças para esclarecer a população todos os prejuízos da reforma da Previdência. Integrantes da frente viajarão pelo país nas próximas semanas para discutir a reforma da Previdência com lideranças locais. A estratégia é fazer pressão sobre os parlamentares em suas bases, articulando prefeitos e outros segmentos sociais.

 Seminário

Após o ato de lançamento, foi realizado o seminário "PEC 6/19: o desmonte da Previdência Social pública e solidária”,  com palestras sobre  Reflexos da Capitalização - Experiência de Aposentadorias no Chile; O Sistema Previdenciário na América Latina e na Argentina; A Previdência que o trabalhador precisa – Princípios Gerais: Trabalhadores CLT; A expectativa para os trabalhadores no serviço público com as reformas propostas; A Previdência dos trabalhadores rurais; e Reforma Tributária Solidária - Alternativa para preservar a seguridade social e promover a justiça fiscal.

Fonte: Fenae


Notícias Relacionadas