Notícias

home » notícias

27 de Outubro de 2015 às 12:34

O que a cultura da competitividade fará com nossas crianças?

Teólogo expõe a falta de solidariedade na atual sociedade e aponta que boas ações são oriundas de quem se menos espera


Crédito: WIKICOMMONS
Frei Betto afirma que crianças começam a ser solidárias desde um ano de idade

Por Redação RBA

São Paulo – “A solidariedade é uma tendência inata no ser humano, porém se ela não for cultivada pelo exemplo familiar ou educação, ela não se desenvolve.”. Assim resume seu comentário de hoje (27) o escritor Frei Betto, em sua coluna na Rádio Brasil Atual, ao falar sobre solidariedade e egoísmo.

Frei Betto relata casos de solidariedade em que as boas ações vêm de quem se menos espera. “Na Itália, jovens colocaram um cartaz na beira da estrada que avisava que logo adiante um homem necessitava ser transportado a um hospital com urgência. Todos os motoristas eram parados adiante pela polícia rodoviária para responder porque passaram indiferentes ao cartaz. Quem parou foi um verdureiro com uma velha caminhonete.”

“Em um teste realizado nos Estados Unidos, um homem tentava alcançar um objeto através de uma grade, mas não tinha sucesso. Porém um chimpanzé tinha fácil acesso e, espontaneamente, o animal era solidário ao homem, apanhava o objeto e entregava ao rapaz. Em 1996, uma criança caiu em uma jaula de primatas em um zoológico. Um gorila apanhou o menino, e o afagou até que viessem buscar a criança”, conta.

O escritor lembra de outro caso, em uma escola teológica norte-americana. “Seminaristas foram incumbidos de fazer uma apresentação da Parábola do Bom Samaritano. No caminho do auditório, um homem ficou estendido no chão, como se estivesse ferido. Apenas 40% dos seminaristas que passaram por ali pararam para atender o rapaz. Como contradição, os que mais se mostraram indiferentes foram os estudantes que se dirigiam ao palco que tinha como tema a solidariedade.”

Frei Betto conclui o comentário alertando para a falta de solidariedade na sociedade atual. “Frente a tais exemplos, é de se perguntar o que a nossa cultura baseada na competitividade, não na solidariedade, faz com as nossas crianças e como forma nossos adultos. Os pobres, doentes, idosos e necessitados que o digam.”


Notícias Relacionadas