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24 de Abril de 2017 às 07:22

CUT/Vox Populi: 78% dos brasileiros desejam a cassação de Temer

Vagner Freitas alerta: “A crise política só começará a ser debelada com novas eleições”


Escrito por: Rodrigo Martins / Carta Capital

Michel Temer vive um período de profundo descrédito com a população. De acordo com uma pesquisa do instituto Vox Populi, encomendada pela Central Única dos Trabalhadores e divulgada em primeira mão por CartaCapital, 78% dos brasileiros desejam que o Tribunal Superior Eleitoral casse o mandato do peemedebista pelas supostas irregularidades cometidas pela chapa Dilma-Temer em 2014. Não é tudo: nove em cada dez brasileiros desejam que o novo presidente seja escolhido por eleições diretas, e não pelo Parlamento, como previsto pela Constituição.

Com a implosão do sistema político pelas delações da Odebrecht, Vagner Freitas, presidente da CUT, diz não esperar do Legislativo qualquer solução. “A crise política só começará a ser debelada com novas eleições, e somente uma intensa mobilização popular, com os movimentos sociais e a população nas ruas, será capaz de antecipá-las”, afirma.

As centrais sindicais planejam, para o próximo dia 28, uma greve geral contra as reformas trabalhista previdenciária de Temer. Desde o início do ano, o movimento sindical tem enfrentado dificuldade para garantir a adesão de trabalhadores de setores estratégicos da economia em um cenário de elevado desemprego. Agora Freitas se mostra confiante em uma megamobilização, impulsionada pelo próprio governo.

“Cada vez que Temer se manifesta pelas reformas que retiram direitos dos trabalhadores, ele aumenta as nossas chances de sucesso. A sociedade civil é absolutamente contrária a essas propostas”. Na entrevista a seguir, Freitas fala sobre a mobilização. E defende a inclusão da bandeira pelas “Diretas Já” nos atos previstos para 28 de abril.

CartaCapital: Diante do tsunami causado pelas delações da Odebrecht, dá para esperar uma saída para a crise política construída pelo Legislativo?
Vagner Freitas: Não acredito. Boa parte dos deputados e senadores que estão aí sabe que não será capaz de se reeleger em 2018, até pelos reflexos da Lava Jato. Muitos parlamentares parecem negociar o fim de suas carreiras. A crise política só começará a ser debelada com novas eleições, e somente uma intensa mobilização popular, com os movimentos sociais e a população nas ruas, será capaz de antecipá-las. 

A exemplo do ocorrido nos anos 1980, a campanha pelas “Diretas Já” voltará com força. A pesquisa CUT/Vox Populi mostra claramente isso. Para 78% dos entrevistados, o Tribunal Superior Eleitoral deveria cassar o mandato de Michel Temer. E um total de 90% deseja que o novo presidente seja escolhido diretamente, e não pelo Parlamento. Por isso, estou otimista. Acredito que a implosão do sistema político brasileiro possa desaguar em uma reforma com mais participação popular, com mais democracia.

Nesse sentido, uma eleição indireta seria uma tragédia. 

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