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12 de Abril de 2022 às 07:43

Bancos surfam na onda da crise e lucram R$ 81,6 bilhões. Salto de 32,5%


O resultado do lucro dos bancos em 2021, demonstrado pela Economática, reafirma a imoralidade que é a atuação das organizações financeiras, base de sustentação do governo Bolsonaro. Em um ano, os quatro maiores do setor - Bradesco, BB, Itaú e Santander - tiveram lucro líquido recorde de R$ 81,6 bilhões. Salto de 32,5% ante 2020.

Enquanto o país está mergulhado em uma crise sem fim, com cerca de 20 milhões de pessoas passando fome e outras milhões fazendo malabarismo para sobreviver, os bancos seguem na maré mansa e com a ajuda de Bolsonaro, que no início da pandemia liberou R$ 1,2 trilhão ao setor.

Mesmo com a mão amiga do governo, os bancos dificultaram a liberação de crédito às pequenas e médias empresas, demitiram mais de 15 mil trabalhadores, fecharam agências em dois anos de crise sanitária.

Liderança

O Itaú, maior banco privado em operação no Brasil, lidera os ganhos, com lucro de R$ 24,98 bilhões em 2021. O Bradesco vem em seguida, R$ 21,9 bilhões. O terceiro lugar fica com BB, com balanço de R$ 19,7 bilhões. Por fim, aparece o Santander, ganho de R$ 14,98 bilhões.

O ano de 2021 também foi de bonança para os acionistas que receberam R$ 33,4 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). O valor supera os R$ 29,7 bilhões de 2020, mas ficou abaixo dos R$ 33,4 bilhões de 2019. Os números explicam porque o sistema financeiro segue sustentando o governo Bolsonaro.

Bancos apoiaram a reforma trabalhista

Reportagem da Intercept Brasil revelou que os bancos participaram da elaboração do projeto de lei que mudou a CLT. Durante a tramitação do projeto, os maiores bancos que atuam no país, como Santander, Bradesco e Itaú, chegaram a lançar notas e comunicados internos aos empregados defendendo a reforma e apontando-a como a “modernização” das relações de trabalho. Estavam na verdade defendendo a precarização dos contratos de trabalho para reduzir salários e direitos e, assim, aumentar seus lucros.

Na época, o site Intercept Brasil revelou que representantes de bancos, indústrias e transportadoras chegaram a redigir propostas apresentadas por parlamentares na discussão da reforma trabalhista do governo Temer. Comprovando que a reforma trabalhista foi feita sob encomenda dos patrões.

Fica cada vez mais claro para a classe trabalhadora que os bancos e o empresariado de forma geral, que semearam o golpe, colhem os frutos e, por isso, continuam apoiando a política de desmonte e retirada de direitos e redução de salários iniciada com Micher Temer e aprofundada com Jair Bolsonaro.

O fim da CLT e do direito à aposentadoria e a ampliação da terceirização faziam parte do golpe, para aumentar o lucro das empresas e dos bancos, sem se preocupar com a população e o futuro do país e o governo de Jair Bolsonaro encontra guarida junto ao empresariado e aos banqueiros justamente por ser a continuidade desse projeto. Para a classe trabalhadora sobrou o desemprego, o desalento, a inflação, a redução nos salários e a necessidade urgente de reagir.    


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