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3 de Maio de 2016 às 14:14

Homenagem ao Dia do Trabalhador alerta sobre ataques a direitos


Crédito: Agência Senado

Brasília - Comemoração não está na pauta dos trabalhadores neste mês de maio, em que eles são homenageados. Na verdade, diversas categorias têm usado a data como protesto e resistência contra os ataques aos direitos trabalhistas. Foi o que aconteceu em sessão especial realizada pelo Senado nesta segunda-feira (2) em Brasília.

Convocada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), foram levantados na sessão temas como terceirização, trabalho escravo e o projeto de lei que estabelece o negociado sobre o legislado, que representam grande retrocesso nos direitos trabalhistas.

Representaram os trabalhadores no plenário professores, vigilantes, juízes, procuradores, rodoviários, trabalhadores rurais, domésticas e bancários, entre eles os diretores do Sindicato Louraci Morais e Vanessa Sobreira, e da Fetec-CUT-CN, Jorge Kotani e Ricardo Souza.

A solenidade ocorre num semana decisiva para a democracia brasileira, e o momento político pelo qual passa o Brasil obviamente foi lembrado. “Esse evento antecede uma sessão histórica neste mesmo plenário, em que senadores irão decidir o destino da nação. Tudo que vocês falarem aqui hoje estará registrado para a história do país”, lembrou Paim, ao fazer referência ao processo de impeachment que corre na Casa contra a presidenta Dilma Rousseff.

O presidente da Associação Latino Americana de Juízes do Trabalho, Hugo Melo, considerou o gravíssimo o momento pelo qual passa o país. “Essa data serve para advertir o que os trabalhadores terão pela frente. Foi com muita luta que conquistamos a proteção que temos hoje. Também será assim que iremos combater o retrocesso social que se quer ver implantado no Brasil.”

Para o procurador-geral do Trabalho (MPT), Ronaldo Curado Fleury, os trabalhadores brasileiros não têm nada o que comemorar. “O trabalho dignifica o ser humano e dá a ele a possibilidade de se completar, alimentar sua família e torná-lo útil para a sociedade. Mas o liberalismo exacerbado tem trazido efeitos nefastos para o mundo do trabalho.”

“É fundamental preservar a independência dos juízes do trabalho, principalmente no combate à terceirização, que tem como razão econômica reduzir custos e como razão política fragmentar a classe trabalhadora. Mas somente os trabalhadores e as entidades sindicais poderão inverter a lógica da terceirização e defender o legado dos direitos trabalhistas”, afirmou o representante da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), desembargador Grijalbo Coutinho.

Segundo Graça Costa, secretária de Relações do Trabalho da CUT Nacional, o que está em jogo com o impeachment é atacar as reservas nacionais de petróleo; a formação do BRICS, que possui grande peso econômico e político; e os direitos sociais e dos trabalhadores. “Este dia de hoje tem como elementos a defesa da democracia e a resistência contra o retrocesso.”

A sessão também contou com a presença de vários parlamentares, ministros, e embaixadores de dezenas de países que manifestaram apoio em defesa da classe trabalhadora, além de representantes de movimentos de trabalhadores e sociais.

Rosane Alves 
Do Seeb Brasília


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