Brasília - Sem avanços nas negociações com a Fenaban e diante do silêncio do BB e da Caixa, a greve dos bancários aumentou nesta quarta-feira (14), em seu nono dia dia, fechando 12.386 agências e 46 Centros Administrativos. O número representa 53% de todas as agências do país. Nesta quinta-feira (15), às 16h, tem nova reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e os representantes dos banqueiros. Enquanto isso, a orientação é para intensificar o movimento.

“A Fenaban insiste em ressuscitar a figura do abono pecuniário, sem o compromisso com as cláusulas sociais reivindicadas, em especial as relacionadas à proteção do emprego, além de impor um reajuste salarial abaixo da inflação passada. Mas vamos continuar pressionando por um aumento real”, afirma o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.

Além das avanços nas cláusulas econômicas, a mobilização também busca melhores condições de trabalho, defesa do emprego e mais contratações, atenção à saúde, fim das metas abusivas e do assédio moral e investimento efetivo em segurança nas agências para coibir a violência. 

Lucros x cortes

Mais uma vez, os bancos -- setor que registra maior lucratividade no país --, chamaram os representantes dos trabalhadores para uma negociação e não apresentaram nova proposta para a categoria, num total desrespeito com os bancários e a população em geral. Os banqueiros insistem com a manutenção da proposta rebaixada de 7% nos salários, mais abono. 

O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) chegou a R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre deste ano. Em contrapartida, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses de 2016.  

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília