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25 de Julho de 2020 às 17:01

Bancos forçam retorno ao trabalho e impõem alto risco a funcionários e familiares. Sindicato faz protestos na segunda (27)


O Sindicato convoca para a manhã de segunda-feira (27) protestos no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal contra o retorno ao trabalho presencial que está sendo imposto aos bancários e bancárias nesse momento extremamente crítico da pandemia da Covid-19, com números da doença em patamar elevado e em alta no Distrito Federal.

O protesto dos funcionários do Banco do Brasil, respeitando todas as medidas da OMS de distanciamento social, começa às 9h30, em frente do Edifício BB (201 Norte). Na Caixa, o ato acontece no Matriz 1, a partir do meio-dia.

“Esta será uma atividade articulada que os sindicatos de trabalhadores em banco realizarão. Juntos, Sindicato dos Bancários, SindiServiços, Sindicato dos Vigilantes, Sinttel-DF e SindiBombeiros promovem manifestações a partir de 7h30, em diferentes pontos de acesso ao Plano Piloto para denunciar à população o desrespeito à vida, que a ganância dos banqueiros representa”, explica Kleytton Morais, presidente do Sindicato dos Bancários.

No Banco do Brasil, o Sindicato denuncia a atitude temerária da direção do banco ao convocar para o trabalho presencial funcionários com autodeclaração de coabitação com pessoas que fazem parte de grupos de risco da Covid-19. O banco possui 11.662 funcionários nessa situação.

“O Banco do Brasil é o único banco do país que decidiu recolocar estes funcionários como aptos para o trabalho presencial”, lembra Marianna Coelho, secretária de Assuntos Jurídicos do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

“Na Caixa, a pressão pelo retorno às unidades de empregados em home office acontece há, pelo menos, duas semanas e está cada vez mais forte”, diz Antonio Abdan, secretário de Relações com a Comunidade do Sindicato e membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa).

Ao mesmo tempo que buscam acabar com o home office, os bancos se recusam a realizar testagens de empregados de unidades com casos comprovados de Covid-19 e sequer promovem adequadamente a desinfecção da dependência.

Mesmo após a morte de um garçom diagnosticado com Covid, o BB se negou a realizar a testagem das demais pessoas com quem ele tinha contato durante o trabalho. Denúncias dão conta de que testagens são apenas para os altos executivos do banco.

As inspeções do Sindicato têm constatado nas unidades da Caixa número de pessoas acima do recomendável, especialmente nos prédios, assim como dependências sem ventilação (inclusive com janelas que não abrem) e até funcionários trabalhando sem equipamentos de proteção individual (EPIs).

Para o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, as direções do Banco do Brasil e da Caixa “seguem a postura negacionista preponderante no governo federal e, em função disso, submetem os trabalhadores e seus familiares a elevado risco de adoecimento e de morte, como se uma vida a mais ou a menos fizesse pouca ou nenhuma diferença”.

Kleytton alerta também para o fato de que o retorno forçado ao trabalho presencial imposto pelas cúpulas dos bancos joga enorme responsabilidade nas costas dos gestores de unidades, que podem também acabar respondendo pela inobservância dos protocolos e dos parâmetros médico-científicos de prevenção ao contágio e à morte por Covid-19.

“Nos protestos desta segunda-feira, vamos levar para o conjunto da categoria e para a sociedade esse grito de alerta em relação à postura que os bancos estão adotando nesse momento crucial da pandemia, num chamamento à responsabilidade por parte de seus gestores e de seus dirigentes”, reforça o presidente do Sindicato.

Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília


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