O 7º Encontro de Cooperativários (Ecoop) de Rondônia, realizado pelo Sindicato dos Bancários neste sábado 6 de maio em Ji-Paraná, debateu a conjuntura política e econômica do país e aprovou a pauta de reivindicações para o período 2017/2019, que tem como principais eixos a reposição da inflação mais 5% de aumento real nos salários, auxílio-tíquete no valor de um salário mínimo (R$ 937,00), vale-cultura, proibição de transporte de numerário pelo trabalhador e participação das sobras. O acordo dos cooperativários de Rondônia tem validade por dois anos.

“O 7º Ecoop teve uma representatividade significativa, onde tivemos a participação dos trabalhadores das cooperativas de crédito dos dois sistemas que nós representamos, o Sicoob e o Credisis, sendo que este é estadual, com os quais temos acordo coletivo. A participação foi grande tanto dos trabalhadores como das trabalhadoras, chegamos próximo da paridade”, informa o presidente da Federação dos Bancários Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Cleiton dos Santos. O Encontro de Ji-Paraná foi dividido em duas partes. De manhã, houve debate sobre a conjuntura política e econômica do país, a partir de exposições do presidente da Fetec-CUT/CN, que debateu sobre reforma da previdência, e do assessor jurídico do Sindicato de Rondônia, dr.Felipe Pestana, que abordou a reforma trabalhista e a terceirização.

“Durante todo o tempo a participação dos trabalhadores foi grande, o que é muito importante para o fortalecimento da organização da categoria. A pauta será protocolada nos próximos dias junto aos dois sistemas, tendo em vista que a data-base deles é 1º de junho e já vamos começar a negociar, visando fazer um bom acordo para os trabalhadores”, diz José Pinheiro de Oliveira, presidente do Sindicato dos Bancários de Rondônia.

“O 7º Ecoop foi simplesmente um sucesso. Particularmente, tenho uma enorme alegria e satisfação de participar e ver os colegas cooperativários participando em todo o momento do Encontro, seja na elaboração da pauta ou seja nos debates sobre a terceirização, reforma trabalhista e previdenciária, onde os palestrantes dr. Felipe e o companheiro Cleiton conseguiram brilhantemente fazer com que o público presente participasse ativamente dos debates”, acrescenta destaca Antônio Tavares da Silva, secretário de Cooperativários e Correspondentes Bancários do Sindicato de Rondônia.

Desafio é buscar Convenção Coletiva do setor

Para Cleiton Santos, o Ecoop é um exemplo que precisa ser ampliado para outros Estados. “Enquanto presidente da Fetec, fico contente de ver que é um trabalho que teve início quando ainda era presidente do Sindicato e que está consolidado . Sei dos desafios gigantescos pela conjuntura que estamos enfrentando, mas acho que está mais que na hora de avançarmos na organização de todos os trabalhadores das cooperativas de crédito, seja nos outros Estados da base da Federação ou até mesmo para outras regiões do país onde também há a presença de cooperativas”, propõe Cleiton.

Ele avalia que o sistema de cooperativas é uma das tendências futuras para o ramo financeiro no país. “Isso fica evidenciado aqui em Rondônia, onde há muitos municípios que não têm agência bancária, mas possuem agências de cooperativas de crédito, com estruturas às vezes muito superiores às agências bancárias até da capital, tanto em relação ao corpo funcional como na estrutura do atendimento”, informa o presidente da Fetec-CUT/CN.

“A minha visão é que o ramo de cooperativas deve crescer no país. E nós como sindicatos precisamos organizar esses trabalhadores. A experiência de Rondônia é uma prática não para ser copiada, mas como exemplo  para que outras bases consigam o mesmo. Vejo o desafio de a Federação, e talvez até da Confederação, de avançarmos para organizar os trabalhadores das cooperativas e quem sabe evoluir de patamar e negociar uma convenção coletiva de todo o setor, seja a nível regional e até nacional”, conclui Cleiton Santos.

Desde 2004 o Sindicato dos Bancários representa os mais de 1.050 cooperativários de Rondônia, a grande maioria dos quais trabalha no Cerca de 60% desses trabalhadores são filiados ao Sindicato. Há dois cooperativários na diretoria, um do Sicoob e outro do Credisis. Ambos são liberados para a ação sindical com ônus das cooperativas, uma conquista pioneira em todo o país.

Fonte: Fetec-CUT/CN