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27 de Maio de 2021 às 16:35

Mortes por Covid-19 crescem entre trabalhadores do setor financeiro

No Dia Nacional de Luta nesta quinta-feira 27, categoria bancária se mobilizou e deu o recado de que quer ser incluída como essencial no Plano Nacional de Imunização


Nesta quinta-feira (27), a categoria bancária promoveu o Dia Nacional de Luta pela sua inclusão como essencial no Plano Nacional de Imunização (PNI). Uma reivindicação justa se levarmos em conta que a variação no número de desligamentos por morte cresceu mais que dobrou no 1º trimestre deste ano, na comparação com mesmo período do ano passado. O crescimento do número de mortes é associado à pandemia.

O Boletim Emprego em Pauta, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) de maio de 2021, destacou que o número de desligamentos por morte de trabalhadores com carteira assinada cresceu 71,6% na comparação entre os primeiros trimestres de 2020 e 2021. “Entre mais de 20 setores econômicos analisados as ‘Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados’, na qual os bancários estão enquadrados, foi o terceiro com maior variação no número de desligamentos por morte no 1º trimestre de 2021 em relação ao mesmo período de 2020, com variação de 114,6%”, afirmou Gustavo Cavarzan, economista do Dieese.

Entre todas as atividades econômicas, na mesma comparação entre os primeiros trimestres de 2020 e 2021, os trabalhadores da área de educação apresentaram variação de 106,7%, os do setor de transporte, armazenagem e correio, tiveram crescimento de 95,2%; atividades administrativas e serviços complementares, 78,7%; atenção à saúde humana, 75,9%.

Dia Nacional de Luta

Em uma análise dos desligamentos por morte apenas na categoria bancária, a variação no número de desligamentos por morte foi de 176,4%, chegando a 152 desligamentos por morte no 1º tri de 2021 e 473 desligamentos por morte nos últimos 12 meses. Não por acaso a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) organizou nesta quinta-feira o Dia Nacional de Luta pela inclusão da categoria bancária entre as prioridades para a vacinação contra a Covid-19 no PNI do governo federal.

“Esses números são assustadores e demonstram a importância de cobrarmos do Ministério da Saúde a inclusão da nossa categoria como essencial no PNI. Estamos na linha de frente no atendimento à população, inclusive pagamentos fundamentais como o auxílio emergencial para quase 70 milhões de pessoas. Temos contato direto com o público. Só que a cada dia aumentam os casos de morte por Covid-19 entre bancárias e bancários. Por isso nos mobilizamos nesta quinta-feira, em nosso Dia Nacional de Luta”, disse a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Enquanto a categoria bancária fica de fora da prioridade da vacina, os veterinários foram incluídos no Plano Nacional de Imunização. Na Bahia, cineastas e blogueiros foram inclusos na vacinação contra Covid-19 após uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Estado, realizada este mês.

Curvas semelhantes

Os números crescentes de desligamentos por morte foram extraídos do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O crescimento de desligamentos por morte identificadas no estudo e a evolução das mortes por Covid-19 apresentam curvas com desenhos semelhantes (ver tabela abaixo).

“Os dados do Novo Caged não apontam exatamente a causa da morte dos trabalhadores, mas todos os indicativos apontam que o crescimento de mortes se deve, principalmente, a mortes por Covid-19. Quando comparamos a tendência dos desligamentos por morte no mercado de trabalho formal, vemos uma correlação enorme com a tendência geral das mortes por Covid-19 no Brasil. O mês de março de 2021, por exemplo, foi o mês com maior número de desligamentos por morte com 10.571 casos e foi também o mês com maior número de mortes por Covid-19 no país. Apenas para termos ciência da magnitude dessa cifra de março, vale dizer que nos anos de 2017, 2018 e 2019 a média mensal de desligamentos por morte no mercado de trabalho formal no Brasil girava em torno de 4.500 ao mês”, ressaltou o economista Gustavo Cavarzan.


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