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16 de Setembro de 2015 às 17:21

Após três rodadas de negociação com a Caixa, bancários não veem avanços, apenas intransigência


Porto Velho RO - A jornada de negociações da pauta específica que começou no dia 27 de agosto, seguiu no dia 4/9 e que chegou à terceira rodada na última sexta-feira, 11, em Brasília, tem exibido aos empregados da Caixa Econômica Federal uma realidade temerosa em que os patrões não estão nem um pouco inclinados a dizer ‘sim’ para qualquer uma das reivindicações.

O festival de ‘nãos’ se tornou uma realidade e uma rotina nas mesas de negociação entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa - Contraf/CUT) e a Caixa que, a exemplo de anos anteriores, parece não ter a mínima sensibilidade em promover melhorias de trabalho, saúde, segurança, salário ou até mesmo permitir uma qualidade de vida mais digna para seus funcionários.

Veja abaixo alguns dos pontos apresentados pelos representantes dos empregados e imediatamente recusados pela Caixa nas três rodadas de negociação:

 

Isonomia - A Caixa recusou a extensão da licença-prêmio e do anuênio (ATS) para todos os admitidos a partir de 1998. Os interlocutores do banco alegaram que a proposta é inviável por conta do elevado custo. Os membros da CEE/Caixa discordaram da argumentação da empresa, solicitaram o estudo que foi realizado em 2013, e lembraram que a não extensão desses benefícios gera uma divisão dentro do próprio banco. Foram reivindicados ainda outros itens em relação à isonomia: o fim da discriminação dos empregados do REG/ Replan não-saldado; e revisão da Estrutura Salarial Unificada e Plano de Cargos e Salários da carreira administrativa com valorização salarial.

 

Organização do Movimento - A Caixa não aceitou abonar os dias de paralisação realizados pelos trabalhadores em 27 de fevereiro, em defesa da Caixa 100% Pública, e nos dias 15 de abril e 29 de maio, contra o Projeto de Lei que escancara a terceirização, bem como a reversão dos reflexos na carreira. Para os membros da CEE/Caixa, a medida é uma forma de retaliar a mobilização dos trabalhadores. Sugeriram um acordo para compensação das horas descontadas. A empresa ficou de analisar a reivindicação.

 

Liberações - O banco recusou a liberação dos delegados sindicais e representantes de entidades sindicais e associativas para participarem de reuniões, cursos, seminários, congressos e plenárias, quando solicitado pelos sindicatos; estabilidade e irremobilidade para os delegados sindicais suplentes; e a manutenção da função para todos os integrantes da CIPA, delegados sindicais e dirigentes sindicais pelo mesmo tempo de estabilidade e da inamovibilidade. Segundo a CEE/Caixa, as entidades têm dificuldades de conseguir as liberações dos dirigentes. A empresa alegou que o pleito é uma interferência na gestão e não pode ser acatado.

 

Carreira - Apenas um ponto da minuta específica relacionado à carreira foi discutido, o programa Gestão de Desempenho de Pessoas. Os trabalhadores reivindicaram, novamente, o fim do GDP. A resposta da Caixa foi a mesma das reuniões anteriores: o programa será mantido e a empresa pretende ampliá-lo até 2016.

 

Ranqueamento - Os representantes dos empregados contestaram sistemas de ranqueamento no banco. Circulam informações de que a Caixa vai lançar um canal de acompanhamento individual de vendas, a ser utilizado nas avaliações do GDP. As representações dos trabalhadores são contra a individualização das metas, porque esta medida causa o acirramento da competição entre os empregados, agravando ainda o adoecimento entre os trabalhadores. O ranqueamento fere, inclusive, o que está acordado na CCT.

 

Esclarecimentos - Indagada sobre o intervalo de 15 minutos para mulheres, os interlocutores da Caixa informaram que o banco está cumprindo o que está previsto no artigo 384 da CLT. Segundo a legislação, para fazer hora extra as trabalhadoras devem realizar esta pausa antes de iniciar a prorrogação do período de trabalho. A CEE/Caixa vai solicitar que as federações e os sindicatos debatam esse tema em suas bases.

 

“Infelizmente nos deparamos com esta situação formada somente pela intransigência firme e desumana da Caixa. Um banco que tem em suas campanhas publicitária o discurso do investimento no social e valorização do ser humano, mas age exatamente contra seus princípios quando se trata dos seus empregados. Sim, ao que tudo indica os representantes da Caixa não tem interesse algum em atender às nossas reivindicações e, após essa terceira rodada de negociação, tudo leva a crer que quando apresentarem a tal ‘proposta global’, será algo que nem chegará próximo do que almejamos em nossa pauta de reivindicações”, avalia Euriale Brasil, secretário geral do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).

Fonte: SEEB/Rondônia com Fenae


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