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28 de Abril de 2017 às 18:00

Trabalhadores fazem maior greve geral da história em defesa de seus direitos

O Brasil parou nesta sexta-feira 28 contra reformas do governo ilegítimo de Temer. Bancários foram destaque e pararam 1.167 agências na região Centro Norte


Foi a maior greve geral da história do Brasil. Os trabalhadores de todas as categorias e os movimentos sociais pararam o país de Norte a Sul nesta sexta-feira 28 de abril, em protesto contra a reforma da previdência do governo Temer e contra o fim dos direitos trabalhistas e a aprovação da terceirização total em todas as atividades econômicas, particularmente no sistema financeiro. Os bancários de todo o país, especialmente os da região Centro Norte, tiveram participação destacada na paralisação, convocada pela CUT e demais centrais sindicais, pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo sem Medo.

Coincidentemente, ela ocorre exatamente 100 anos após a primeira greve geral no Brasil, deflagrada em julho de 1917 por melhores salários e redução da jornada de trabalho, que chegava a 14 horas por dia.

O Brasil amanheceu parado nesta sexta-feira, com a participação na greve dos trabalhadores das empresas de ônibus, dos metrôs, dos trens e dos aeroportos e com o trancamento de importantes rodovias. Nas capitais e grandes cidades, o clima era de feriado pela adesão maciça à paralisação, que nem mesmo a ação violenta das PMS em várias cidades conseguiu evitar.

Greve forte no Centro Norte

Levantamento feito pela Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) junto aos sindicatos filiados mostra que 1.167 agências foram paralisadas na base territorial.  Veja aqui nossa galeria de imagens da Greve Geral na Região Centro Norte.

“O resultado da greve de hoje é extremamente positivo. Em todos os lugares os bancários perceberam os ataques que estão sofrendo e se uniram aos trabalhadores das demais categorias, inclusive servidores públicos e rurais. A classe trabalhadora se uniu para fazer esse movimento e defender seus direitos e dizer que não aceita as reformas da previdência e da CLT, que vão comprometer seu futuro”, afirma Cleiton Silva, presidente da Fetec-CUT/CN.

“Entendemos que ocupamos um grande terreno e podemos avançar na resistência e transformar o cenário negativo que estamos enfrentando. Precisamos manter a unidade e aumentar a pressão para dar essa virada”, acrescenta Cleiton.

‘Quem mobiliza a greve é o Temer’

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o governo Temer e os empresários “não estão preocupados em resolver o problema da Previdência, mas em acabar com a Previdência como política pública, porque os bancos querem vender previdência privada na boca do caixa. Eles vão inventar motivos. Quem financiou o golpe – e os banqueiros foram os maiores financiadores – agora querem o pagamento e o governo fará isso entregando o mercado da previdência privada no colo de banqueiros nacionais e internacionais".

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Vagner disse ainda: “Acho que o que mobiliza a greve é o Temer! A desgraça que ele traz pro Brasil, com a paralisação da economia, a falta de esperança do povo brasileiro, a mentira que eles fizeram com o impeachment. Disseram que o impeachment - impeachment não! Golpe! - que o Golpe que deram contra a presidenta Dilma resolveria as questões econômicas, que o Brasil voltaria a crescer, que ia gerar empregos... Pelo contrário: o Brasil piorou, com a crise econômica, política e moral de legitimidade enorme que faz com que os brasileiros não tenham esperança e sabem que precisam acabar com esse governo, ter o Fora Temer, ter eleições diretas para Presidente da República, para o congresso, para poder sair dessa crise

Já o ex-presidente Lula disse que "o movimento sindical e o povo brasileiro estão fazendo história" com a grande greve desta sexta-feira, defendeu a ideia de que o problema da previdência social só será equacionado com crescimento econômico e opinou que somente a mobilização impedirá o desmonte da seguridade social pública: "Lamento profundamente, mas não tem outro jeito senão continuar lutando para recuperar e melhorar direitos e a qualidade de vida do povo brasileiro".

Mídia internacional destaca a greve, mas a brasileira esconde

Enquanto a mídia nacional tentou esconder ou minimizar a greve geral desta sexta-feira, a mídia internacional deu destaque ao movimento que ganhou as ruas do país. Jornais como El País, Clarín, BBC, The Wall Street Journal e Deusth Welle destacaram a paralisação em suas páginas na internet.

"Os sindicatos decidiram desafiar (o presidente Michel Temer) nas ruas e nesta sexta-feira o submetem a uma prova de fogo com a convocação de uma greve geral que encontrou apoio inesperado além das tradicionais alas da esquerda", diz o espanhol El País. "Em São Paulo - maior cidade do país - a maioria dos ônibus e das linhas de trem e metrô não estão operando. Poucas pessoas estão nas ruas e a sensação é que de hoje é feriado", destaca a BBC.

Fonte: Fetec-CUT/CN com CUT, RBA e Brasil 247


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