Brasília - Preocupado com a possibilidade de aprovação da Proposta de Emenda à Lei Orgânica (Pelo) 35/2016, o Sindicato e a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) continuam se reunindo com deputados distritais para angariar apoio contra a tramitação do projeto que enfraquece o BRB.

Na conversa com o deputado distrital Wellington Luiz (PMDB), os dirigentes sindicais solicitaram que o parlamentar tivesse posição contrária à Pelo 35/2016.

Em resposta, Wellington Luiz disse ainda não ter formado sua convicção a respeito do assunto e deseja que a questão seja melhor debatida na Comissão Geral. Quando informado do desconforto dos funcionários do banco com o projeto, o deputado disse ser sensível a questão dos trabalhadores, pais e mães de família, e que não queria fazer parte de qualquer coisa que ameace a empresa pública e os empregos.

Proposta nociva

“Na ocasião, alertamos que o projeto é nocivo ao banco e que como o deputado se posicionou contrário ao PL 467/2015 (projeto que autoriza o GDF a alienar ações de todas as estatais do DF, incluindo o BRB) em outro momento, o que se reconhece como positivo, os bancários do BRB esperam atitude semelhante com relação a esta famigerada Pelo 35/2016, ou seja, pela sua recusa”, afirmou o secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato, Cristiano Severo, que também é bancário do BRB.

Discussão aprofundada

Ao final da tarde da terça (17), o Sindicato e a Fetec-CUT/CN se reuniram com a deputada e presidente da Câmara Legislativa do DF, Celina Leão (PPS), para solicitar apoio para a retirada do projeto de emenda.

Os representantes dos trabalhadores ainda discorreram sobre a necessidade premente de se fazer uma discussão muito mais aprofundada, técnica e planejada sobre o papel e a importância do BRB. 

Celina se demonstrou receptiva, falou ser defensora dos funcionários públicos e que os bancários não precisariam se preocupar com a sua posição, pois ela é contrária a Pelo 35/2016 e, no que dependesse dela, a proposição não seria colocada para ser votado e que apoia o projeto do Sindicato e da Fetec-CUT/CN de fazer a discussão sobre os rumos do BRB no âmbito da Câmara Legislativa do DF. 

A parlamentar asseverou ainda que, por sua vez, o BRB deve ter interlocução com a casa legislativa e apresentar um projeto sustentável aos clientes endividados.

“Foi positiva a conversa com a presidenta da Câmara Legislativa. Ela mostrou-se disposta a ouvir argumentos, e firmou o compromisso de só colocar em tramitação a Pelo 35/16 após a Comissão Geral que estamos propondo a todos os parlamentares, concentrada em debater a situação atual do BRB e articular propostas para seus rumos estratégicos no futuro”, salientou o secretário de Bancos Públicos da Fetec-CUT/CN, André Nepomuceno, que também é bancário do BRB. 

Retirada do projeto

Reunidos com a deputada Telma Rufino (sem partido), autora da Pelo 35/2016, os dirigentes sindicais pleitearam pela retirada do projeto e demonstraram que questões que envolvam o destino do BRB precisam necessariamente de embasamento técnico, uma vez que se trata de um grande e respeitável patrimônio de Brasília, tanto por seu valor financeiro e serviços prestados quanto pelo seu conjunto de funcionários, que mesmo nas situações mais adversas sempre buscam prestar o melhor atendimento possível.

Diálogo

A deputada disse que está aberta ao diálogo, que pensa poder mudar de opinião, mas que não retiraria o projeto por entender que o BRB deve ter um plano que traga tratativa para a questão do endividamento de parte dos clientes.

Fique por dentro

A Proposta de Emenda à Lei Orgânica (Pelo) 35/2016 revoga os parágrafos 4º e 5º do art. 144 da Lei Orgânica do DF, em flagrante prejuízo para o BRB e, por conseguinte, para Brasília.

Na prática, o projeto permite a qualquer servidor do GDF ter seu salário creditado no banco que desejar.

Hoje, necessariamente, todo servidor do GDF precisa abrir uma conta no BRB, e caso não queira movimentar com o banco, tem plena liberdade para solicitar a portabilidade para qualquer outra instituição financeira. 

Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília