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30 de Agosto de 2016 às 14:45

Segunda rodada de negociação específica com BB termina sem avanços

Banco nega reivindicações sobre PCR, carreira de mérito, jornada de 6 horas, melhores condições de trabalho, mais contratações, fim do ato de gestão, entre outras


Crédito: Seeb/SP - Mauricio Morais

Terminou sem avanços a segunda rodada de negociação sobre as reivindicações específicas da Campanha 2016 realizada nesta terça-feira 30, em São Paulo, entre a direção do Banco do Brasil e o Comando Nacional dos Bancários, assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil e que tem a participação da Federação do Centro Norte (Fetec-CUT/CN). O BB recusou ou postergou a discussão das demandas do funcionalismo. Não há nova rodada de discussão agendada.

“Com a rejeição das reivindicações o BB demonstra que não está disposto a discutir a sério, desrespeitando seus funcionários. Por isso é importante que todos os bancários participem da assembleia desta quinta-feira, 1º de setembro, quando a categoria decidirá sobre a proposta rebaixada dos bancos apresentada na mesa da Fenaban, o que inclui o BB, de 6,5% de reajuste mais abono. Somente a mobilização e a unidade da categoria, e se preciso irmos à greve, farão os bancos a apresentarem propostas para nossas demandas”, afirma Rafael Zanon, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa do BB e diretor do Sindicato de Brasília.

Em assembleia extraordinária realizada nesta terça-feira em Brasília, a Fetec-CUT/CN decidiu orientar os sindicatos filiados a rejeitarem a proposta da Fenaban. Veja aqui.

A pauta específica, entregue no dia 11 de agosto ao presidente do banco Rogério Caffarelli, foi aprovada no 27º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, realizado entre 16 e 19 de junho, em São Paulo.

 

Veja abaixo o que foi discutido com o BB nesta terça-feira.

 

Melhoria na carreira de mérito e PCR

Na negociação desta terça-feira, o Banco do Brasil disse que não pode atender essas reivindicações, mas os representantes do funcionalismo insistiram no tema.

Os trabalhadores querem alteração no Plano de Cargos e Remuneração (PCR), com piso equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24 em valores de junho), corrigindo os 11 níveis seguintes do PCR com o interstício de 6%, sendo 90 dias para ascender ao nível A-2 e três anos para ascender aos demais níveis. E a carreira de mérito deve ser composta por 25 níveis com o valor de R$ 299,19 e o último nível de R$ 7.479, com as promoções definidas por pontuação computada diariamente.

 

Agências digitais

Os dirigentes sindicais voltaram a cobrar da direção do BB soluções em relação à piora das condições de trabalho para os funcionários envolvidos na implementação do modelo digital, mas o banco diz que ainda não tem resposta efetiva para essa demanda.

 

Ascensão profissional

O BB informou que está estudando a reivindicação de melhoria dos processos de ascensão interna, com mais objetividade e transparência nas seleções.

 

Incorporados

O Banco do Brasil também não aceitou realizar mesa específica para discutir os problemas envolvendo os funcionários dos bancos incorporados. Mas os dirigentes sindicais reiteraram que é preciso encontrar uma solução na atual campanha nacional que garanta isonomia salarial e de direitos para os funcionários incorporados.

Isso inclui o direito de esses funcionários se associarem à Cassi e Previ, além da possibilidade de aumento de contribuição desses trabalhadores para a previdência complementar com contrapartida patronal.

 

Jornada de 6 horas

Os negociadores do BB disseram mais uma vez que a empresa não tem resposta sobre a reivindicação de jornada de 6 horas para todos, inclusive das unidades estratégicas.

 

Utilização das folgas

O banco disse que está estudando a cláusula da pauta específica de reivindicações que regula a utilização de folgas adquiridas em dependências que funcionam em caráter ininterrupto, com aumento do tempo para utilização, que hoje é de duas semanas.

 

Pagamento das substituições

O BB disse que não irá atender a demanda pelo retorno das substituições para todos os cargos, mas vai estudar o tema em relação a situações específicas.

Em vários locais de trabalho têm acontecido constantes desvios de função, quando um funcionário faz o trabalho de um cargo superior sem receber a devida remuneração. Os dirigentes sindicais defendem que a ampliação das substituições, além de diminuir o passivo trabalhista, contribui muito no processo de formação dos funcionários.

 

Fim do ato de gestão

O BB também não atendeu a reivindicação do fim do ato de gestão, que permite descomissionamentos arbitrários. Mas os representantes sindicais reforçaram a demanda, lembrando que o fortalecimento do Banco do Brasil público passa pelo atendimento dessa questão.

 

Reestruturações

Os negociadores do BB repetem que o banco estuda medidas de proteção aos funcionários envolvidos nas reestruturações, mas ainda sem resposta efetiva.

Os representantes dos funcionários reivindicam a criação de uma verba de caráter pessoal específica para proteção salarial nas reestruturações, o VCP-R.

 

Auxilio-alimentação para licença saúde e maternidade

O BB disse que está estudando essas cláusulas da minuta referente à pauta das mulheres, que reivindicam a continuidade dos auxílios alimentação e refeição durante todo o período de licença maternidade e outras licenças.

 

Mais contratações e condições de trabalho

Os dirigentes sindicais cobraram mais contratações e a melhoria nas condições de trabalho dos funcionários de agências, com mais oportunidades, fim do desvio de função e adequação de remuneração em determinadas agências, como é o caso das privates e agências de nível 6.

 

Faltas de greve

O BB diz estar estudando a reivindicação de reclassificação das faltas das greve das campanhas anteriores, para proteção dos funcionários.

 

Ações do MPT

O BB não aceita discutir as ações do MPT sobre os técnicos e Cassi e Previ para os incorporados.

Para lembrar: o Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou com ação para instituir concurso público para carreiras de nível superior no BB. A decisão da Justiça acatou argumento do MPT e ainda proferiu na decisão que os trabalhadores nas funções de advogados, engenheiros e analistas de TI deveriam ser descomissionados. Os representantes sindicais querem reunião específica sobre o tema com o objetivo de atuação junto à Justiça para evitar os descomissionamentos.

 

Saúde e assédio moral

O BB só aceitou a reivindicação apresentada pelos dirigentes sindicais de instalação de mesas temáticas sobre saúde e sobre conflitos no ambiente de trabalho.

 

As principais reivindicações do BB

˃ Alteração no Plano de Cargos e Remuneração (PCR), com piso equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24 em valores de junho), corrigindo os 11 níveis seguintes do PCR com o interstício de 6%, sendo 90 dias para ascender ao nível A-2 e três anos para ascender aos demais níveis.

˃ Carreira de mérito composta por 25 níveis com o valor de R$ 299,19 e o último nível de R$ 7.479, com as promoções definidas por pontuação computada diariamente.

˃ Defesa do banco público, contra a privatização.

˃ Jornada de seis horas para todos, sem redução de salário.

˃ Vale-alimentação e refeição na licença-saúde e maternidade.

˃ Não constar nenhum registro no ponto eletrônico sobre falta de greve.

˃ Fim do desvio de função, pagamento das substituições.

˃ Critérios transparentes e objetivos de ascensão profissional.

˃ Mais contratações. 

˃ Redução para 10 anos do prazo de elegibilidade no Previ Futuro.

˃ Prazo amplo para utilização de folgas adquiridas.

˃ Isonomia: licença prêmio e férias de 35 dias para os pós-98.

˃ Fim dos problemas decorrentes da implantação do modelo BB Digital.

˃ Melhoria das condições de trabalho nas PSOs.

˃ Fim dos descomissionamentos imotivados (fim do ato de gestão).

˃ Pagamento de 7ª e 8ª horas. 

˃ Maior prazo para cumprimento de horas negativas.

˃ Manutenção de remuneração e praça dos trabalhadores em caso de reestruturações.

˃ Comitês de ética paritários.

˃ Fim da imposição de metas e combate ao assédio moral.

˃ Reivindicações específicas para o Sesmt e Ouvidoria.

 

Cassi e Previ

O funcionalismo do BB reivindica ainda mais autonomia na estrutura do Sesmt e implantação na Cassi do modelo de assistência integral à saúde. Na Previ, a luta é pela manutenção da participação de associados na gestão, ameaçada pelo PLP 268, pelo fim do voto de minerva, melhoria dos benefícios para os participantes, redução das taxas de carregamento e administração e contribuição 2B a todos, inclusive incorporados.

 

Confira aqui a íntegra da minuta específica dos funcionários do BB.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN com SEEB/Brasília

 


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