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23 de Maio de 2018 às 09:25

Professores da rede particular de São Paulo podem entrar em greve para defender Convenção Coletiva


Em campanha salarial, os professores da rede particular de ensino do município de São Paulo fazem assembleia nesta quarta-feira 23 e podem entrar em greve caso o sindicato patronal insista em retirar direitos conquistados e assegurados na Convenção Coletiva da categoria. Nesta quarta eles também fazem paralisações, dão aulas públicas em vários bairros da cidade e promovem ato no vão livre do Masp, na avenida Paulista, às 16h. Nesta quinta 24 têm audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo. 

Representados pelo Sinpro SP, os professores da rede privada (tanto do segundo grau quanto das universidades) lutam pela manutenção dos direitos da categoria. Eles denunciam que o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieesp) – entidade que representa as escolas particulares – chegou a exigir a retirada de quase metade das cláusulas que constam da Convenção Coletiva. Os professores não aceitaram e os representantes do setor patronal se retiraram unilateralmente das negociações. Neste primeiro de mobilizações, ao menos 33 escolas devem ter suas aulas suspensas.

A paralisação, de acordo com o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro), afeta dezenas de unidades, na capital paulista, incluindo escolas tradicionais como Colégio Santa Cruz, Escola da Vila, Colégio Santa Clara, Escola Vera Cruz e Escola Nossa Senhora das Graças. 

Segundo os professores, a Convenção Coletiva vinha sendo aprimorada, ao longo de vinte anos, a partir da negociação entre as partes. Mas, desta vez, inspirados pela reforma trabalhista pelo governo Temer, os patrões se recusaram a retomar as negociações, mesmo após audiência de conciliação na Justiça, realizada no último dia 17.  

Com isso, a convenção da categoria, que regula itens como remuneração, carga de trabalho e estabilidade, está sendo desprezada e posta em risco. Os professores avisam que, se retirados os direitos previstos, o professorado receberá menos, terá que trabalhar mais e verá aumentar sua rotatividade no emprego, impactando diretamente na qualidade do ensino. 

O Sinpro informa ainda que alguns colégios de "elite" comprometeram-se individualmente a manter as cláusulas previstas em convenção, mas tais decisões são insuficiente e trazem riscos. "Não se pode achar que, se no colégio do seu filho tudo está bem, então tudo está bem. Se há piora geral da qualidade da educação, isso atinge a todos", diz o sindicato, em nota.  

Os professores se reúnem na tarde desta quarta-feira (23), primeiro na sede do sindicato às 14h, e depois um ato público no vão livre do Masp, na avenida Paulista, para deliberar sobre os rumos do movimento da categoria.  

As mobilizações dos profissionais de ensino de escolas particulares de São Paulo podem ser acompanhadas aqui e aqui.
 

Fonte: Fetec-CUT/CN, com informações da RBA e do Sinpro SP


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