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16 de Abril de 2018 às 09:09

MTST e Frente Povo sem Medo ocupam tríplex do Guarujá para expor farsa da prisão de Lula


(Atualizado às 16h15)

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Frente Povo Sem Medo ocuparam durante cerca de quatro horas na manhã desta segunda-feira o tríplex do Guarujá que a operação Lava Jato atribui a Lula e que foi o motivo de sua prisão. Cerca de 100 militantes dos dois movimentos conseguiram entrar no edifício Solaris, em frente à praia de Astúrias, e hastearam uma grande faixa no topo do prédio com a palavra de ordem "Se é do Lula é nosso. Se não é, por que prendeu? Depois de ameaça de invasão da PM paulista para prendê-los, os manifestantes desocuparam o imóvel.

“Em uma ação arbitrária, sem ordem judicial, a polícia deu prazo para saída do MTST do tríplex, sob pena de prisão de todos os ocupantes. O tríplex foi desocupado, mas o recado ficou. É evidente que não tinham ordem [judicial para desocupação]: quem pediria a reintegração de posse?”, questionou Boulos, pré-candidato do Psol à Presidência da República.

Nesse sentido, Boulos questionou a sentença do juiz federal Sérgio Moro, de nove anos e seis meses de prisão, aumentada para 12 anos e um mês no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, em 24 de janeiro. Para o dirigente, não há razão para a condenação de Lula com o argumento de que ele é dono do imóvel – Moro o condenou por lavagem de dinheiro e corrupção por ter dissimulado a posse do tríplex em relação criminosa com o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, supostamente beneficiado pela influência do petista.

“Bom, se é do Lula, o povo foi convidado e pode ficar lá. Se não é do Lula, o Judiciário vai ter que explicar porque prendeu o Lula por causa desse tríplex”, acrescentou Boulos.

Veja o que disse o coordenador do MTST:

Com bandeiras, palavras de ordem e faixas com dizeres como “Lula Livre”, a ocupação incomodou moradores do prédio, que fizeram registro fotográfico e prometem denunciar a ocupação à Justiça. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, uma moradora identificada como Renata Simões pediu a prisão dos manifestantes. “Tirei foto de todos eles e estou indo para a delegacia denunciar. Estou com medo dentro da minha própria casa. Eles não estão no apartamento do Lula. Eles invadiram um condomínio que é de várias pessoas. Têm que sair daqui algemados”, reclamou.

Líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ) foi ao Twitter comunicar a desocupação e fazer críticas à polícia paulista. “O MTST foi retirado do tríplex sob a alegação de flagrante. Disseram que não precisavam de reintegração e ameaçaram prender todos se não saíssem no prazo, levando a uma intervenção do [Batalhão] de Choque. Totalmente arbitrário. Nenhuma novidade”, escreveu o petista.

Em 24 de janeiro, quando a pena de prisão foi aumentada, Lula fez discurso inflamado na Praça da República, centro histórico de São Paulo, e fez a seguinte exortação: “Se eles me condenaram, que pelo menos me deem o apartamento. Eu até já pedi para o Guilherme Boulos mandar o pessoal dele ocupar aquele apartamento. Já que é meu, ocupem”!

Em 5 de abril, após receber ofício do TRF-4, o juiz Sérgio Moro determinou a execução da prisão. Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 7 de abril, quando decidiu se entregar à PF.

 

Fetec-CUT/CN, com Congresso em Foco


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