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17 de Agosto de 2017 às 12:14

Mesmo com lucros astronômicos, bancos cortam 10.680 empregos de janeiro a julho

Só na região Centro Norte o sistema financeiro fechou 1.437 postos de trabalho, segundo Pesquisa do Emprego Bancário realizada pelo Dieese e pela Contraf-CUT


Apesar dos lucros exorbitantes do sistema financeiro na contramão da crise econômica que atravessa o Brasil, nos primeiros sete meses de 2017 os bancos fecharam 10.680 empregos com carteira assinada no país, dos quais 1.437 na região Centro Oeste. Somente em julho o saldo foi positivo com a abertura de 72 postos de trabalho, após 17 meses consecutivos de saldos negativos.

Os números fazem parte da Pesquisa do Emprego Bancário, divulgada nesta quarta-feira 16 e realizada pela Contraf-CUT e Dieese, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

Nenhum estado apresentou saldo positivo de emprego bancário entre janeiro e julho de 2017. São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul foram os estados mais impactados pelos cortes, com 2.725, 1.458, 1.165 e 1.080 empregos extintos, respectivamente.

Veja a íntegra do levantamento do Dieese.

A análise mostra que bancos como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil foram responsáveis pela redução de 5.857 vagas no período. Só a Caixa Econômica Federal eliminou 4.543 empregos.

Conforme o Dieese, os planos de incentivos a desligamentos lançados por grandes instituições financeiras tiveram forte impacto no estoque de empregos da categoria.

Os desligamentos atingiram principalmente os trabalhadores entre 50 a 64 anos, representando 7.903 dos casos. O saldo positivo foi apenas para pessoas com faixa etária até 24 anos.

Mulheres já entram nos bancos ganhando menos

Tanto as contratações como os desligamentos foram semelhantes entre homens e mulheres, mas a pesquisa do Dieese mostra que as mulheres, apesar de terem escolaridade superior, já entram nos bancos recebendo salários menores que os trabalhadores do sexo masculino.

As 5.375 mulheres admitidas nos bancos nos sete primeiros meses de 2017 receberam, em média, R$ 3.535,58. Esse valor corresponde a 68,6% da remuneração média auferida pelos 6.442 homens contratados no mesmo período.

A diferença de remuneração entre homens e mulheres é observada também na demissão. As 11.963 mulheres desligadas dos bancos entre janeiro e julho de 2017 recebiam, em média, R$ 6.449,22, o que representou 78,4% da remuneração média dos 11.757 homens que foram desligados dos bancos no período.

Para o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, mesmo com o saldo positivo, obtido no último mês, não se pode esquecer que os seis meses anteriores foram assustadores para a categoria. “A maioria dos postos criados foi voltada para a área de call center, o que deixa claro a tendência das agências físicas em modificar seu perfil para digital”, explica.

Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT


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