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30 de Agosto de 2016 às 09:21

Falta de pessoal na Caixa é tema de reunião do Fórum Regional de Condições de Trabalho em São Paulo

Representantes dos empregados apresentaram lista de agências onde trabalhadores estão ainda mais sobrecarregados. Banco também anunciou solução de problemas estruturais debatidos na reunião anterior


Crédito: Reprodução
A falta de pessoal em algumas agências da Caixa Econômica Federal em São Paulo foi abordada durante reunião na semana passada do Fórum Regional de Condições de Trabalho, que reúne representantes de diversos setores do banco e dos trabalhadores. “Por um equívoco de interpretação da Gerência de Pessoas (Gipes), que coordena o Fórum, a Caixa não se preparou para responder às questões de estrutura de pessoal levadas pelos dirigentes sindicais na reunião anterior. Mesmo assim, insistimos no tema e entregamos aos representantes das Superintendências Regionais (SRs) as demandas por mais empregados em determinadas agências”, relata o diretor do Sindicato Francisco Pugliesi, o Chico.


Foi lembrado, na ocasião, que a falta de pessoal e a consequente sobrecarga de trabalho são condição geral na Caixa, mas na reunião regional foram destacadas algumas unidades de São Paulo, Osasco e região (base do Seeb/SP) em que os empregados estão mais do que cansados: as agências Picanço, da área da SR Santana; a Celso Garcia, da SR Sé; a Mirandópolis, da SR Ipiranga; e a Conselheiro Carrão, da SR Penha.

Os representantes dos empregados destacaram ainda que, na primeira rodada de negociações específicas da Campanha Nacional Unificada 2016, a Caixa afirmou que não há previsão de contratações, nem para repor as vagas abertas pelo Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA), que só até julho deste ano já responde por 601 saídas. Em 12 meses (junho de 2015 a junho de 2016) a Caixa eliminou 2.235 postos de trabalho. “A direção do banco disse que lidaria com a falta de pessoal em cada local fazendo realocações baseadas em estudo de redimensionamento das agências. O movimento sindical vê com preocupação essa medida porque sabemos que o cobertor é curto, e se cobre a cabeça descobre o pé. De qualquer forma, vamos cobrar que resolvam o problema de algumas unidades onde a carga de trabalho está insustentável e o atendimento ao público está precário”, explica Chico.

Ocorre que, pelas regras do Fórum Regional de Condições de Trabalho, o banco tem até 30 dias para apresentar solução para os problemas apresentados pelos representantes dos empregados. 

Transferência

Na reunião também foi apresentado o pedido de transferência de uma colega por motivos de saúde. A SR Penha, responsável pela unidade onde trabalha a bancária, se prontificou a atender à solicitação da trabalhadora assim que ela voltar de licença médica. Na ocasião, o representante da SR Penha também explicou que não esteve presente à última reunião porque não foi convidado pela Gipes, mas disse que está à disposição para debater questões que levem à melhoria das condições de trabalho e de atendimento à população.  

Rankings

Em uma reunião do Fórum, ocorrida em 21 de julho, os trabalhadores apresentaram denúncia de ranking de performance de bancários subordinados à SR Santana. Rankings são proibidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. “Na ocasião, o representante da SR disse que todos os gestores das unidades subordinadas seriam reorientados quanto à prática. Nas primeiras semanas após a reunião, os rankings de fato cessaram, mas voltaram há alguns dias. Expor os trabalhadores por sua produtividade, ainda que se declare que a intenção é positiva, é um constrangimento. É uma prática, por exemplo, que vemos ser adotada por empresas como McDonald’s, que já sofreram inquérito por trabalho análogo à escravidão”, critica o dirigente sindical Danilo Perez.

A denúncia foi reapresentada na reunião da semana passada e o representante da SR Santana se comprometeu a rever novamente essa política. “Se não for revista, a resposta dos empregados será com ação sindical”, avisa Danilo.

Estrutura física

O representante da Gerência de Logística (Gilog) anunciou a solução de dois problemas apresentados na última reunião: houve o conserto do ar-condicionado e da infiltração no prédio onde funcionam a agência Curuçá e a Giret Penha, sendo ainda solucionado o transbordamento do esgoto na agência Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte. A Gilog também informou que na próxima semana estará resolvida a infiltração na agência Barra Funda. Foi dito também que o condomínio do prédio onde está localizada a agência República tem prazo de 20 dias para resolver o problema de falta de carga elétrica para o funcionamento do elevador.

“O fórum nasceu de uma proposta construída pelo banco e pelos empregados, com o objetivo de resolver problemas que afetam as condições de trabalho no banco. É importante que os bancários comuniquem os problemas às entidades representativas, para que os dirigentes possam levar às reuniões mensais”, diz Francisco Pugliesi. As denúncias e reclamações que foram encaminhadas pelos empregados estão sob o guarda-chuva da garantia de sigilo.

Fórum 

A criação de fóruns regionais e do nacional, para discutir e apresentar soluções às condições de trabalho no banco, é conquista dos empregados da Caixa na Campanha Nacional Unificada 2014. São integrados por representantes dos trabalhadores e de diversos setores do banco. A princípio foram criados sete módulos-piloto: Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo, mas o objetivo é aumentar o número até abranger todo o país.

Aos empregados cabe denunciar problemas em seus locais de trabalho por meio do instrumento de combate ao assédio moral. O sigilo do denunciante é preservado.

O Fórum discute as seguintes questões: estrutura física e de pessoas, conflitos no ambiente de trabalho, jornada de trabalho e acompanhamentos de resultados.

Fonte: Fenae Net

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