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11 de Dezembro de 2018 às 07:07

Ex-assessor de Flavio Bolsonaro sacava dinheiro em valores similares a depósitos


Revista Fórum

Citado com movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) o policial militar Fabrício de Queiroz, que assessorou o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL/RJ), realizava saques em dinheiro em valores similares a depósitos feitos em conta.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, na edição desta terça-feira (11), essa movimentação é característica de uma conta de passagem, na qual o real destinatário do valor creditado não é o seu titular. O uso de dinheiro em espécie nas duas pontas da operação reforça esse indício.

Procuradores, policiais federais e auditores fiscais afirmam que o uso de dinheiro vivo em transações bancárias costuma ter como objetivo ocultar o destinatário ou remetente dos recursos. A prática dificulta a identificação dos responsáveis pelas transações.

Uma das hipóteses já levantadas é de que o policial militar fosse o responsável por recolher uma parcela dos salários de assessores do gabinete de Flávio Bolsonaro – sete aparecem no relatório transferindo recursos a Queiroz.

Nos dias 16 e 17 de fevereiro, por exemplo, Queiroz fez três saques de R$ 5.000 cada um, totalizando R$ 15 mil. O movimento foi acompanhado de cinco depósitos em espécie feitos em sua conta entre os dias 15 e 17 de fevereiro, que somam R$ 15,3 mil.

Movimento sincronizado também ocorreu em junho, quando nos dias 14 e 15 ele fez dois saques de R$ 5.000, tendo recebido no mesmo período em depósito de dinheiro vivo R$ 13,2 mil.

O Ministério Público do Rio de Janeiro instaurou uma investigação criminal sigilosa com base no relatório, que cita membros do gabinete de 22 deputados estaduais – entre eles Flávio Bolsonaro.

Casa humilde

Também em reportagem nesta terça-feira, o jornal O Globo, mostrou a casa onde Fabrício de Queiroz mora com a esposa, Márcia Aguiar – que também atuou como assessora de Flávio na Alerj.

Segundo o jornal, o casal mora em uma casa simples e sem pintura externa, em um beco no bairro da Taquara, na Zona Oeste do Rio.

“Na viela onde Queiroz mora com a mulher, Márcia Aguiar, os imóveis são colados uns aos outros. No beco há varais improvisados do lado de fora das casas, fios emaranhados e canos aparentes. Na casa de Queiroz, um adesivo rasgado com as fotos do presidente eleito Jair Bolsonaro e de seu filho Carlos, vereador no Rio, está colado na fachada. No segundo andar, que tem a laje sem revestimento, tapetes secavam no parapeito ainda sem janela”, descreve a reportagem, que não encontrou os moradores em casa.

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