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8 de Dezembro de 2017 às 16:19

É preciso renovar a ação sindical para defender trabalhadores dos novos ataques do capital

Avaliação é da assembleia da Fetec-CUT/CN concluída nesta sexta 8 em Cuiabá, que discutiu a grave conjuntura nacional e melhoria na comunicação, elegeu representantes para as COEs e aprovou o orçamento para 2018


Crédito: Fetec-CUT/CN

Cuiabá MT - O movimento sindical precisa repensar sua organização e forma de atuação para fazer frente aos desafios apresentados pela reforma trabalhista e pelo avanço veloz das inovações tecnológicas e dos novos modelos de gestão impostos pelo capital para maximizar os lucros e precarizar as relações de trabalho. E isso só será possível com ousadia e inteligência para compreender essa nova realidade, além de unidade para ampliar a representação e mobilizar os trabalhadores para defender a democracia e os seus interesses e direitos bombardeados pelo patronato – tarefa para a qual será necessária a otimização dos recursos de comunicação dos sindicatos e da Federação.

Essa foi, em síntese, a conclusão dos debates realizados pelos delegados dos 12 sindicatos filiados na Assembleia Geral Ordinária da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), realizada em Cuiabá nesta quinta e sexta-feira, 7 e 8 de dezembro. Além de discutir a conjuntura e os desafios dos bancários e dos trabalhadores, a Assembleia também elegeu os representantes da Federação nas comissões de empresa de bancos (COEs) e nas comissões temáticas de negociação com a Fenaban, lançou a Campanha Nacional de Combate à Discriminação e aprovou o orçamento da entidade para o próximo ano.

“Foi uma discussão muito rica e importante para prepararmos nossa ação sindical diante dessa nova e terrível conjuntura política e econômica que o país atravessa, em que o grande capital nacional e internacional, depois de dar o golpe de 2016 e impor um governo ilegítimo, está destruindo direitos históricos dos trabalhadores e os programas sociais e aprovando leis para se apropriar das riquezas e da soberania nacional”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN.

Maximizar a comunicação

A assembleia foi aberta na quinta-feira 7 com uma mesa de debate sobre “A importância da comunicação para enfrentar o neoliberalismo e a nova legislação sindical e criar a identidade regional da Fetec-CUT/CN”.

A discussão partiu do entendimento de que, com as reformas neoliberais do governo golpista, que visam enfraquecer os sindicatos de luta, asfixiando-os financeiramente, o movimento sindical precisa buscar alternativas para romper com essas barreiras impostas.

O objetivo do debate, que continuará na Federação e em suas bases, é encontrar formas de maximizar a capacidade de comunicação entre a Fetec-CUT/CN e seus filiados, entre seus diretores e entre os dirigentes com a categoria, aproveitando o uso das novas tecnologias existentes.

Na sequência da mesa sobre comunicação, a assembleia elegeu os representantes da Fetec-CUT/CN nas comissões de empresa dos bancos e nas coletivos temáticos da Contraf-CUT que discutem com a Fenaban questões de saúde do trabalhador, segurança bancária, igualdade de oportunidades, acompanhamento sobre os conflitos nos locais de trabalho.

Grave conjuntura

A mesa de abertura da assembleia na sexta-feira 8 discutiu a conjuntura política e econômica nacional e internacional, contando com a participação de Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), e do presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

Clemente traçou um quadro sombrio sobre o futuro dos trabalhadores, da democracia no Brasil e do país como nação soberana caso o movimento sindical e a sociedade brasileira não consigam deter as políticas do grande capital nacional e internacional que estão sendo implementadas pelo governo Temer.

“Está em curso um programa para reduzir o Estado brasileiro à metade e entregar ao capital financeiro internacional nossas riquezas, nossos ativos produtivos e as maiores bases produtivas de agricultura e de água potável do mundo. Por isso Congresso votará os próximos dias a venda de terras para estrangeiros. Estamos entregando o país sem que sejamos capazes de fazer nada”, alerta Ganz Lúcio.

“O capital internacional quer comprar o Brasil e governo Temer está entregando”, acrescenta.

Mas como acredita que “o futuro não existe e será determinado pelo que construirmos”, o diretor técnico do Dieese entende que a única possibilidade de evitar esse futuro sombrio é a luta dos trabalhadores, “o que exige muita unidade, o que nunca conseguimos construir”.

O presidente da Contraf-CUT fez um balanço das vitoriosas campanhas nacionais dos bancários na última década e meia, realçou as recentes vitórias dos bancários e dos trabalhadores de barrar a transformação da Caixa Econômica Federal em sociedade anônima e a votação da reforma da previdência. Roberto von der Osten lembrou os problemas financeiros que as entidades sindicais estão enfrentando com a reforma trabalhista, apontou uma série de temas que preocupam a categoria bancária e devem ser negociados com os bancos, com destaque para o Termo de Compromisso entregue em outubro pelo Comando Nacional à Fenaban, visando garantir as conquistas da Convenção Coletiva da categoria.

“Esse é o momento em que o trabalhador mais vai precisar de organização e de mobilização”, conclui o presidente da Contraf-CUT.

Os dirigentes realizaram o lançamento da Campanha Nacional de Combate à Discriminação na Região Centro Norte. Assista aqui o vídeo e veja aqui a cartilha da Campanha.

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Fonte: Fetec-CUT/CN - Atualizada em 09/12/17 às 13h

 


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