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13 de Fevereiro de 2020 às 06:41

Direção da Caixa recusa-se a negociar reestruturação na reunião desta quarta 12

Apesar de negativa, empregados garantem, via liminar da Contraf-CUT, a suspensão do processo por 15 dias. Hoje todos devem vestir preto para o Dia Nacional de Luta em defesa da Caixa


(Última atualização: 13 de fevereiro, às 16h36)

Depois de mais de 11 horas de reunião com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, nesta quarta-feira (12), a direção do banco não respondeu às perguntas dos empregados e não aceitou parar a reestruturação, colocando os trabalhadores em risco. Sem negociar, a direção do banco encerrou a reunião.

“A reunião de negociação sobre reestruturação com a Caixa nos dá muito bem uma dimensão de como serão as negociações em agosto, quando estaremos na data-base renegociando nosso acordo coletivo. Simplesmente, em determinados momentos, a Caixa disse: as negociações estão esgotadas, as nossas condições são essas e pronto. Ou seja, os representantes da empresa praticamente abandonaram a mesa”, avalia Antonio Abdan, representante da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) na CEE da Caixa.

Abdan acredita que a negociação desta quarta-feira ocorreu e durou tanto tempo porque “tínhamos um trunfo, que talvez fizesse com que ela gastasse tanto tempo assim na mesa.E qual era o trunfo? A liminar que de certa forma impede a Caixa de fazer a reforma do jeito que ela quer”.

'Nosso trunfo é a mobilização'

“Para agosto, precisamos ter outro trunfo. E que trunfo seria esse? Justamente a nossa mobilização. Por isso é importante que cada empregado e cada empregada se engaje na campanha e participe das atividades, vista-se de preto quando chamarmos, porque é dessa forma que vamos mostrar para a empresa o quanto somos fortes e que precisamos ser respeitados. E que ela não pode tirar os nossos direitos”, convoca Antonio Abdan.  

Durante esta quarta-feira, a CEE/Caixa conseguiu suspender todo o processo de reestruturação, por meio de uma liminar e – por pressão da Comissão – o portal UmasóCaixa foi retirado do ar pelo banco. A plataforma era responsável por receber as manifestações de interesse dos empregados que optaram pela mudança de função e lotação do plano de reestruturação, sendo usada pela Caixa para validar a função dos empregados.

“Recebemos muitas denúncias de problemas no sistema, para manifestações de interesse. O mínimo que a Caixa deveria fazer era suspender o processo para melhorar o sistema. Além disso, o número de perguntas superou 4 mil em poucos dias de consulta. Isso quer dizer que os empregados não tinham entendimento sobre o processo. Então, a suspensão é necessária para que as pessoas tenham mais segurança para tomar a decisão”, diz o coordenador do CEE/Caixa, Dionísio Reis.

A proposta da Caixa é revalidar a função dos empregados, colocando sob ameaça os trabalhadores, tanto do descomissionamento sumário quanto da transferência arbitrária. O banco insiste em manter o processo de forma intransigente, mesmo com a plataforma com mau funcionamento e sem tempo hábil para os empregados fazerem as escolhas.

A remodelagem proposta pela Caixa retira do banco seu caráter social, além de ampliar o modelo de mercado da instituição, visando áreas que estão prestes a serem vendidas como a Caixa Seguridade e a Caixa Cartões.

Na reunião, a direção da Caixa apresentou informações superficiais sobre o plano de reestruturação, como o número de funções criadas e as lotações. Insistindo que cerca de cinco mil novas funções serão criadas, além das que já existem, sem mostrar onde. A Caixa justificou que a reestruturação cria mais estruturas de atendimento, sendo necessária para garantir a sobrevivência da empresa.

A CEE questionou com relação aos estudos de impacto do plano de reestruturação, tanto com relação aos empregados quanto para o Brasil. A secretária de Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Fabiana Uehara Proscholdt, destacou que a Caixa não mostra a realidade dos efeitos da reestruturação. “Sabemos que a reestruturação é um golpe com relação a própria empresa, mudando o carácter social da instituição, focando no mercado e nos negócios. Então, estamos pedindo transparência nos dados e estudos para que a gente possa fazer uma avaliação e dentro desta perspectiva orientar melhor os empregados”, afirmou.

Dia de luta

Em defesa da Caixa 100% pública, empregados e entidades estarão mobilizados em todo o Brasil nesta quinta-feira (13). O Dia Nacional de Luta tem como objetivo reforçar a campanha #ACAIXAÉTODASUA e denunciar os ataques que os trabalhadores estão sofrendo diante da reestruturação prevista pela gestão da instituição. Para reforçar o ato, as entidades orientam os empregados a usarem preto no dia da mobilização e realizarem reuniões com os colegas e conversas com a população para apresentar os riscos que a Caixa corre com as vendas de áreas estratégicas do banco.


Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT


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