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22 de Abril de 2019 às 07:41

CVM questiona indicações do governo para o conselho do BB

As indicações dos novos representantes do mercado financeiro para o Conselho de Administração do BB causaram mal-estar e polêmica


Crédito: Reprodução

Brasília - Após o banco admitir um potencial conflito de interesse com a indicação Luiz Fernando Figueiredo (sócio e CEO da Mauá Capital) para a presidência do colegiado e adiar a aprovação de seu nome, a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) questionou a instituição sobre ele e outros indicados.

Guilherme Horn (fundador da Órama, atuou como CEO até junho de 2014), Marcelo Serfaty (sócio-fundador da G5 Partners), Beny Parnes (sócio e diretor da SPX Capital) e Maurício Graccho de Severiano Cardoso (ex-diretor BNY Mellon no Brasil, sócio da M&VC Consultoria Econômica e Fiscal até 2014), segundo a CVM, também exerceram atividades relacionadas à gestão de recursos de terceiros. Por isso, a comissão quer saber do BB se essas indicações passaram pelo mesmo processo da nomeação de Figueiredo.

O Sindicato já havia alertado, por ocasião do anúncio de nomes do mercado para o Conselho de Administração, que os indicados são ligados a outras instituições financeiras privadas e fintechs, o que gera conflito de interesses e pode prejudicar a instituição pública.

“É preocupante tantos agentes de mercado e a concorrência no conselho, uma vez que o papel do BB como banco público de desenvolvimento para o país vai ficar cada vez mais em segundo plano”, apontou o diretor do Sindicato Kleytton Morais.

Posicionamento do banco

Para o BB todas as indicações para os órgãos de administração, conselho fiscal e os órgãos estatutários de assessoramento técnico ao Conselho de Administração submetem-se ao mesmo procedimento de verificação do preenchimento dos requisitos e da ausência de vedações para as respectivas eleições. 

“Pode-se inferir a existência de um aparente conflito de interesses no que diz respeito à assunção do cargo de membro do Conselho de Administração do BB. (...) A prudência e os princípios de governança corporativa aconselham um exame acurado sobre a admissão concomitante dos cargos de conselheiros do BB e controlador e CEO da Mauá Capital”, esclareceu Carlos Araújo, vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores do BB.

O BB informou que os nomes questionados pela CVM estão sendo avaliados pelo comitê de remuneração e elegibilidade (Corem) e as avaliações serão divulgadas “a tempo e modo”.

Braço direito de Guedes

Diante do impasse em torno do nome de Figueiredo, o Conselho de Administração nomeou, no dia 15 deste mês, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior, para cumprir o mandato 2017-2019. A decisão era necessária uma vez que a presidência do colegiado estava vaga e tinha de ser preenchida. Ele segue no comando do conselho até o dia 26, quando será realizada a assembleia. A informação é do jornal Estadão.

Waldery, braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, já sinalizou que a intenção do governo é abrir mais espaço para a atuação de instituições financeira privadas e para o mercado de capitais.

Da Redação


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