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18 de Julho de 2020 às 18:02

Conferência Nacional dos Bancários aprova pauta de reivindicações da Campanha 2020

Eixos centrais são preservar a vida, a saúde e o emprego, manter os direitos, inclusive no teletrabalho, aumento real de 5%, defesa dos bancos públicos e Fora Bolsonaro


A 22ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada pela primeira vez de forma virtual, aprovou neste sábado 18 de julho a estratégia e a pauta de reivindicações da Campanha 2020, que terá como eixos centrais a manutenção dos direitos assegurados na Convenção Coletiva de Trabalho, preservação da vida, da saúde e do emprego, aumento real de 5%, melhores condições de trabalho e fim das metas abusivas, além de uma série de novas cláusulas sobre home office visando proteger os direitos dos trabalhadores. Os delegados e delegadas também aprovaram resoluções em defesa dos bancos públicos, da democracia e da soberania nacional, além de apoio à campanha Fora Bolsonaro.

Após a aprovação pelas assembleias dos sindicatos, a pauta de reivindicações será entregue à Fenaban nesta quinta-feira 23, às 14h30.

“A categoria bancária mais uma vez dá demonstração de organização e de unidade. Numa conjuntura adversa imposta pela pandemia e pela crise, está sabendo reinventar suas formas de luta, fazendo o debate e a construção da pauta de reivindicações virtualmente, desde dos congressos locais nos sindicatos, passando pelas conferências estaduais e regionais nas federações e chegando à Conferência Nacional”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN)

Cleiton lembra que já no início da pandemia da covid-19, em março, o Comando Nacional procurou a Fenaban para negociar medidas que protegessem a vida e a saúde categoria, garantindo o home office para parcela considerável dos bancários. “Isso certamente salvou muitas vidas”, ressalta.

Além da crise e da pandemia, que obrigou os bancários a migrarem para os meios digitais para organizarem a campanha, o presidente da Federação recorda que outra dificuldade foi o fato de o presidente da República vetar a ultratividade, que é a extensão da convenção coletiva vigente enquanto a próxima não for negociada.

“Faremos as negociações pelo processo virtual e, juntos, vamos mobilizar a categoria, ainda que pela forma virtual. Mas faremos a disputa da narrativa e mobilizaremos a categoria pelos meios que estão postos e que estão dados para nós. Quero parabenizar a todos os bancários que participaram das atividades, desde os sindicatos, até nossos dirigentes nas federações até a Conferência Nacional. A distância não nos limita”, conclui Cleiton dos Santos.

‘Experiência de muito aprendizado’

“Tivemos muito trabalho para realizar esta conferência totalmente virtual. Foi uma experiência diferente, de muito aprendizado. Conseguimos realizar uma excelente conferência, com debatedores que acrescentaram muito na leitura da conjuntura, assim como para elaborarmos e aprovarmos nossa minuta de reivindicações, que agora devem ser aprovadas em assembleias a serem realizadas pelos sindicatos da categoria em todo o país nesta segunda e terça-feira (20 e 21/7)”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Índice

Depois do debate sobre as propostas, os delegados aprovaram a reivindicação de reajuste de inflação mais 5% de aumento real nos salários e todas as cláusulas econômicas.

Home office

A 22ª Conferência também aprovou a inclusão na minuta de uma cláusula para regular o trabalho home office, que não pode ser imposto pelo banco, para estabelecer, entre outras coisas, que os custos do teletrabalho sejam arcados pelos empregadores, assim como o fornecimento para os equipamentos de trabalho e ergonômicos. A cláusula também proíbe que sejam retirados direitos dos trabalhadores que cumprirem suas funções em suas casas, à exceção do vale-transporte/combustível, que deve ser fornecido com valor proporcional aos dias de comparecimento do trabalhador no banco, definindo que estes tenham de realizar suas atividades no próprio local de trabalho, pelo menos, uma vez por semana.

“Foi importante a aprovação da inclusão desta cláusula, para impedir que os bancos decidam, unilateralmente, colocar os trabalhadores em trabalho remoto e não se responsabilizem, por exemplo, pelos custos e o fornecimento de todos os equipamentos necessários, inclusive mesas e cadeiras ergonômicas, para evitar o adoecimento dos trabalhadores. Nem que haja corte de benefícios ou redução dos rendimentos devido”, explicou a presidenta da Contraf-CUT.

Metas abusivas

A Conferência também aprovou uma proposta para que seja feita uma atualização da cláusula que trata sobre a estabelecimento e a cobrança as metas pelos bancos.

Uma vez que um dos eixos da campanha será a luta pela saúde e melhores condições de trabalho para a categoria.

Outros eixos

A campanha terá como prioridade a manutenção dos empregos e dos direitos, a defesa dos bancos públicos e o reajuste do valor da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) pelo mesmo índice da campanha.

Demais cláusulas

As demais cláusulas hoje presentes na CCT foram mantidas na minuta de reivindicações.

Moções

Os delegados também aprovaram cinco moções. Uma em solidariedade às famílias das vítimas do Covid-19; uma contra o racismo estrutural e pelo fim da violência policial; uma de repúdio ao Banco Santander; e uma de apoio ao meio ambiente, aos povos indígenas e aos quilombolas.

Resoluções

Também foram aprovadas três resoluções. Uma em defesa dos bancos públicos; uma para conclamar dirigentes e militantes sindicais a realizar um efetivo engajamento nas eleições 2020 e uma pelo Fora Bolsonaro!


Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT


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