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8 de Dezembro de 2017 às 14:59

Caixas do Banco do Brasil são assediados para vender Ourocap


Uma nova meta está sendo imposta aos caixas do Banco do Brasil. Agora, além de suas funções próprias, eles são assediados a cumprirem a tarefa de vender o Ourocap, o título de capitalização do banco, nas salas de autoatendimento ou nos guichês das agências.

As convocatórias são disfarçadas e veladas em textos encaminhados aos bancários, com material de apoio que “visam auxiliar e otimizar as ofertas de capitalização”. Neles, a direção do banco ressalta que “as campanhas e mobilizações possuem grande reflexo em nosso trabalho e, além disso, a nossa capacidade em contribuir e apoiar efetivamente os negócios já foi testada e aprovada pela UOP e demais diretorias/superintendências.

 

E acrescenta: “Mantenham as ofertas regularmente e estejam atentos às oportunidades que surgem em nossas SAA e nas demais interações com os clientes”.

 

O Sindicato critica a postura do banco, ressaltando que a função de caixa não é vender produtos. Essa é uma função dos gerentes de contas, especialistas em oferta de produtos e serviços bancários.

 

“Essa atitude do banco é totalmente descabida e é um retrocesso administrativo, pois além de ser um desvio de função, sobrecarrega e constrange o trabalhador, que é obrigado a prestar informações diárias dos produtos vendidos, e ainda cria um clima de insatisfação e descontentamento para os caixas”, aponta o presidente da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

O dirigente sindical observa que, na verdade, essa medida faz parte do desmonte do BB e demais bancos públicos, prioridade do governo ilegítimo de Temer.


Incoerência

Ao mesmo tempo em que impõe metas de vendas a caixas, um problemas que os bancários e clientes enfrentem diariamente é ignorado: as longas filas, que aumentam ainda mais o estresse e a tensão entre clientes, usuários e funcionários, situação que chega às vezes à agressões e tumultos dentro das agências.

O mais controverso é que esse é o sistema pelo qual os caixas são cobrados pela “demora” no atendimento. Isso sem contar os riscos de diferenças no caixa que o próprio funcionário tem que pagar, se houver.

O Sindicato também questiona a incoerência do BB que, enquanto pressiona os caixas a venderem títulos de capitalização e oferecer empréstimos aos clientes como parte de metas a serem cumpridas em agências físicas, investe em escritórios digitais.

 

 

 


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