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23 de Abril de 2018 às 15:05

Caixa anuncia nova reestruturação com desrespeito aos empregados e ao ACT

Programa Eficiência pretende reduzir despesas operacionais em R$ 2,5 bilhões até 2019. Fenae e CEE/Caixa cobram negociação e alerta para riscos à Caixa 100% pública e corte de direitos


Crédito: Reprodução

Brasília - Em completo desrespeito aos empregados e ao Acordo Coletivo de Trabalho, a direção da Caixa Econômica Federal divulgou na quinta-feira da semana passada (19) comunicado interno, no qual informa os empregados do banco sobre o Programa Eficiência, que mira na redução de despesas operacionais em R$ 2,5 bilhões até 2019. A Fenae e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) cobram negociação sobre essa nova reestruturação e alerta para riscos à Caixa 100% pública e às funções e direitos de todos os empregados.

O propósito da empresa é implementar o programa em fases, com duração total de 18 meses. Segundo o comunicado divulgado, o primeiro foco será “eficiência e redução de despesas”, seguido de “processos e pessoas”. Esse trabalho será coordenado pela Diretoria de Organização e Estratégia (Deore) e abrangerá todas as 22 diretorias do banco.

“Essa nova reestruturação na Caixa terá impacto negativo no papel social do banco, confirmando o que já vinha sendo denunciado por entidades sindicais e do movimento associativo: a intenção do governo de acelerar o processo de encolhimento do maior banco público do país, comprometendo a execução de políticas públicas e retirando direitos dos trabalhadores. Processos relacionados ao FGTS, repasses e financiamentos públicos, programas sociais e habitação serão os mais afetados pelas mudanças”, destaca o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Transparência


Até o momento, a representação dos empregados não recebeu nenhuma informação oficial do banco sobre os impactos das mudanças provocadas pela reestruturação e sobre como ficará a situação dos empregados afetados. O Acordo Coletivo de Trabalho prevê que a Caixa debata previamente com as entidades representativas qualquer medida relativa a programas de reestruturação.

“Vamos cobrar respeito aos direitos e às carreiras dos trabalhadores, que, com muito esforço, contribuíram para o crescimento da empresa, que se tornou um dos maiores bancos públicos do país. Não podemos admitir que medidas dessa natureza sejam tomadas sem amplo debate com os empregados. Nossa luta é por uma Caixa 100% pública, que atenda às necessidades da sociedade brasileira e que também respeite e valorize seus trabalhadores”, enfatiza o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis, que ainda é diretor da Região Sul da Fenae.

Dionísio Reis lembra que está marcada para terça-feira desta semana (24) a mesa de negociação permanente entre a representação dos empregados e o banco. Ele denuncia que essa nova reestruturação não deve buscar reduzir despesas operacionais às custas das funções dos trabalhadores, com políticas de descomissionamentos arbitrários. “Não aceitaremos retirada de direitos. Também nos preocupa os impactos sobre a Caixa 100% pública, sua função social, tão fundamental para o país”, diz.

Mobilização contra retrocessos


O presidente da Fenae afirma que, diante da atual conjuntura de ameaças privatistas e de ataques aos trabalhadores e aos seus direitos, vindas do atual governo e de pré-candidatos de direita à Presidência da República, “é fundamental que os empregados da Caixa se mobilizem contra as medidas de retrocessos embutidas nessa nova reestruturação”. Ele considera imprescindível a participação de todos os trabalhadores nesse processo, com discussão nos locais de trabalho de estratégias de defesa dos direitos e do Acordo Coletivo de Trabalho.  

Fonte: Fenae


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