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22 de Maio de 2018 às 08:41

Bancários de Mato Grosso preparam a Campanha Nacional


Crédito: SEEB/MT

MANUTENÇÃO DE DIREITOS É PRIORIDADE

Cuiabá MT - A Campanha Nacional dos Bancários de 2018 vai começar em meio a um dos cenários mais adversos para a classe trabalhadora das últimas décadas. Esta foi à avaliação dos trabalhadores e trabalhadoras dos bancos públicos e privados que participaram do Encontro Estadual dos Bancári@s 2018, neste sábado, 19 de maio. 

O evento chamado, todos os anos, pelo Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb/MT) teve por objetivo debater os principais temas da campanha Nacional unificada da categoria, tais como: remuneração, saúde, assédio moral, fim das demissões, condições de trabalho, PLR, mais contratação, entre outros assuntos relevantes que compõe a Convenção Coletiva de Trabalho [CCT]. 

O presidente do Seeb/MT, Clodoaldo Barbosa, iniciou o evento, apontando dois grandes desafios da categoria nesta Campanha Nacional: Manter a mesa de negociação coletiva e proteger a categoria dos riscos da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) promovidas pelo Governo Federal. 

“Será a primeira negociação pós reforma trabalhista e os banqueiros não hesitarão em utilizar-se dessas medidas para retirar direitos.  Será uma luta por empregos, salários, manutenção de todas as nossas conquistas que estão previstas na Convenção Coletiva de Trabalho, garantir direitos que há mais de 30 anos foram conquistados com muita mobilização”, completa o presidente ressaltando que Governo Temer, em dois anos, avançou muito sobre os direitos sociais, aprovando o congelamento dos investimentos públicos  em saúde, educação, segurança e assistência social por 20 anos, a PEC da Terceirização e a reforma trabalhista, e ainda ameaça privatizar os bancos públicos e acabar com o direito a aposentadoria para a maioria dos trabalhadores.
  
O presidente do Seeb destacou que entre outros pontos nocivos para os trabalhadores, a Lei 13.467/2017 acabou com o princípio da ultratividade, que garantia a validade de acordos coletivos de trabalho até a assinatura de um novo acordo. “Com o fim da ultratividade, a Convenção Coletiva de Trabalho  da categoria bancária vale até 31 de agosto de 2018. Por isso, precisamos exigir da Fenaban mantenha nossos direitos  e respeite a CCT,  mesmo que no dia 1º de setembro, que é nossa data base, ainda não tenhamos assinado a nova CCT”, frisa.  

A diretora da Região Oeste do Seeb/MT, Silvana Maldonado, que fez parte da mesa de abertura, ressaltou que é a categoria corre o risco de perder tudo o que conquistou em quase três décadas de luta. “Temos dito nas reuniões que se quisermos manter direitos como PLR, VA e VR, horas extras, jornada de seis horas e outros direitos garantidos na CCT, vamos ter  que nos mobilizar e lutar juntos. Só com união que teremos força para enfrentar os bancos na mesa de negociação”, apontou. 

O diretor da Fetec-CUT/CN e da Contraf/CUT, Arilson Silva, que também participou da mesa de abertura, lembrou que a categoria bancária é uma das poucas que tem uma Convenção Coletiva Nacional, que vale para o Brasil inteiro. Arilson falou da importância de fazer a defesa da democracia como espaço positivo para defender a manutenção dos empregos, defender os bancos públicos e os direitos da classe trabalhadora. 

O professor Henrique Lopes do Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), convidado para colaborar com a análise de conjuntura destacou a lógica das reformas do Governo Temer que tem por base três mudanças estruturais: regime fiscal,  reforma da previdência  e a reforma trabalhista. “Elas consistem, essencialmente, em cortar direitos e gastos sociais, transferir patrimônio, serviço e orçamento do Estado para a iniciativa privada, levando ao desmonte da máquina estatal, dos serviços públicos e do que ainda resta de Bem-Estar Social”. 

O professor destacou que as medidas adotadas pelo Governo Temer, na atual crise do Brasil e os impactos nas relações de trabalho. “Além de retirar direitos, a reforma trabalhista  flexibiliza, desregulamenta direitos e reforça o ambiente desfavorável as negociações coletivas, fragmentando a negociação coletiva, fazendo valer o negociado sobre o legislado”, detalhou o professor deixando bem evidente o cenário que os bancários enfrentaram nesta Campanha Nacional. 

O professor deixou como mensagem final a necessidade dos trabalhadores compreenderem o processo de luta da classe na sociedade. “É preciso compreender que no sistema capitalista, a superação das desigualdades nas relações de trabalho e a luta por  mais direitos começa com a história de vida de cada um, temos que tomar consciência das relações em que estamos inseridas, por isso é preciso que ter organização, saber que temos lado, que entre nós há diferenças de concepções, mas é imprescindível termos unidade de luta, para ter esperança”. 

As principais propostas aprovadas pelos bancários no Encontro foram: Defesa da CCT e manutenção dos direitos; Defesa da mesa única de negociações; Defesa dos bancos públicos; Manutenção das homologações nos sindicatos; Defesa intransigente da democracia; Não à terceirização e defesa do emprego bancário, entre outros pontos. 

O Encontro, além de definir as propostas dos bancários de Mato Grosso que irão compor a pauta de reivindicações, também elegeu os delegados que irão representar os bancários na 20ª Conferência Nacional dos Bancários que tem a finalidade de aprovar a Pauta de Reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2018.

Foram eleitos delegados à Conferência Nacional: Ana Lúcia Nobre, Marcilio Silva de Lima; José Maria Guerra; Nice Souza e como membro nato, o presidente do Seeb/MT, Clodoaldo Barbosa. A 20ª Conferência acontecerá nos dias 09 e 10 de junho, em São Paulo. 

Fonte: SEEB/Mato Grosso  - Da redação


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