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12 de Janeiro de 2018 às 15:00

Aos 157 anos, Caixa vive maior desafio de sua história


Nesta sexta-feira 12 de janeiro a Caixa completa 157 anos. É o banco que habita o imaginário do povo brasileiro: da sua criação em 1861 até aqui, a Caixa firmou-se na sociedade como o banco da poupança, da habitação, do penhor, da bancarização dos mais pobres, gestora do FGTS e maior articuladora das políticas públicas deste país.

Esse aniversário deve ser comemorado de forma especial, pois representa a vitória da resistência dos seus empregados: apesar dos pesados ataques que o banco vem sofrendo na atual conjuntura política e econômica, chegamos em 2018 com a Caixa ainda 100% pública, defendida pela sociedade brasileira.

E isso não é pouca coisa na vigência de um golpe que feriu a democracia brasileira. Um golpe que também ficará gravado no imaginário do povo brasileiro como a mais acelerada e profunda retirada de direitos que o país já assistiu. Um golpe que parece estranhamente inverter o curso da história – se em seus primeiros anos a Caixa foi depositária de economias de escravos, para comprarem sua alforria, um século e meio depois assistiu ao Ministério do Trabalho editar a vergonhosa portaria flexibilizando o conceito de trabalho análogo à escravidão.

O episódio foi barrado pelo STF, porém revela a face mais crua do atraso civilizatório que esse golpe impõe ao Brasil. No Brasil dos golpistas, que pretendem reerguer a sociabilidade da casa-grande e senzala, da exclusão dos mais pobres e das mulheres, da precarização do direito trabalhista, do ataque à Previdência Pública, do Estado mínimo para o povo e Estado máximo para as elites, nesse Brasil não há lugar para um banco público como a Caixa.

Se ainda estamos aqui é porque resistimos com muita luta. Nessa data tão especial para os empregados da Caixa, os integrantes da Frente Nacional de Resistência e Ação Bancária, o EnFrente, parabenizam os colegas por sua força, luta e resistência em favor da Caixa 100% pública e pelo seu importantíssimo trabalho, realizado cotidianamente sob condições cada vez mais adversas. Os empregados são o principal alvo do governo golpista no desmonte da Caixa, o que não ocorre por acaso – desmobilizar e enfraquecer os empregados é a forma mais eficiente de atacar a Caixa.

A direção do banco, atrelada ao governo ilegítimo de Michel Temer e Henrique Meirelles, vem levando a sério a empreitada de ataques contínuos aos empregados. Persiste o desconto da marcação de falta não justificada dos dias de paralisação nacional e greve geral (15 de março, 28 de abril e 30 de junho). A reestruturação privatista fechou agências, gerências de filiais importantes como diversas Gifug, transformou diversas Giret em Cicob, precarizando os controles operacional e contábil e ainda provocou perda de função de muitos colegas. Sucessivos PDVEs encolheram de forma temerária o número de empregados, mergulhando as condições de trabalho em um quadro de caos e sobrecarga, expondo os colegas ao adoecimento físico e mental.

Nesse cenário de péssimas condições de trabalho os empregados ainda têm que fugir do rótulo de incipientes na GDP, o que escancara a porta para a prática de assédio contra os empregados. Com a vigência da reforma trabalhista, o direito à incorporação de função foi cassado pela direção por meio da revogação do RH 151, levando os sindicatos a buscar judicialmente a tese de que o direito é aderente ao contrato de trabalho dos admitidos até 09/11/2017.

Nada se avançou em relação ao contencioso da Funcef. A direção que tanto prega a necessidade de cortes nos custos com pessoal liberou R$ 60 milhões para o bônus da exclusão, gratificação na forma de remuneração variável exclusiva para gestores, mais uma vez incentivando a lógica do assédio contra os empregados. Por fim, o maior ataque sofrido pelos empregados da ativa e aposentados: ainda que se tenha evitado a transformação da Caixa em S/A, o teto do custeio de responsabilidade da Caixa no Saúde Caixa foi incluído no novo estatuto, a ser publicado em breve, ainda com a ameaça de fim da PLR.

Mas os empregados da Caixa resistem. E renovam suas esperanças de que este ano eleitoral traga dias melhores para a Caixa. Contam com a possibilidade de eleger um projeto de desenvolvimento econômico e social para o país, no qual a Caixa volte a desempenhar plenamente seu papel de banco 100% público. No qual as ameaças e ataques contra a Caixa e seus empregados cessem em favor do conjunto da sociedade brasileira.

Os empregados da Caixa resistem e renovam suas esperanças também no movimento sindical bancário. Esperam ver dias melhores em suas entidades representativas. Esperam superar o constrangimento de reiteradas vezes assistir a erros de estratégias, omissões e bravatas de alguns dirigentes. Os empregados da Caixa merecem que suas entidades representativas aprofundem a democracia, que sejam capazes de ouvi-los, que os defendam com coragem e intransigência.

Nós do EnFrente renovamos nosso compromisso com os colegas da Caixa e nossa disposição para lutar pela Caixa 100% pública.

Fonte: EnFrente

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