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6 de Fevereiro de 2019 às 07:14

Antiga diretoria do BRB: na prática, a teoria era outra


Crédito: Reprodução

Brasília - Nos últimos quatro anos, os funcionários do BRB tiveram de passar por algumas situações que poderiam ser denominadas, no mínimo, vexatórias, humilhantes. A então diretoria do BRB, que impunha medidas rigorosas com economias esdrúxulas e de intimidação com manuais, como o de controle disciplinar, no final acabou por demonstrar uma tremenda incoerência entre o que requer dos outros e o que ela mesma praticava.

Foram editadas medidas de extrema austeridade para os funcionários, tendo como justificativa uma necessidade de economia por parte do banco para que este não viesse a, supostamente, padecer de algum mal. Nos últimos anos, não se abriu novos concursos mesmo diante de um quadro deficitário que gera sobrecarga de trabalho para os empregados e, mesmo com todo esforço dos trabalhadores, impactos negativos no atendimento dos clientes. Em flagrante descumprimento a uma decisão judicial, o banco insistiu em não substituir os funcionários ausentes, de férias por exemplo, trazendo prejuízo financeiro e de encarreiramento para os bancários.

O secretário-geral do Sindicato e funcionário do BRB, Cristiano Severo, lembra que “foi para corrigir uma injustiça contra os gerentes de Negócios que o Sindicato teve que entrar com ação contra a medida ilegal da diretoria que rebaixava os gerentes quando havia a queda de porte das agências. O Sindicato ganhou a ação que acabou por trazer segurança aos gerentes e evitar grandes perdas financeiras”.

Chegou-se mesmo ao cúmulo de se colocar uma cota para o lanche de cada funcionário, totalmente insuficiente e indigna.

Relatado isso e analisado à luz dos últimos acontecimentos envolvendo desvios vultosos, os funcionários têm-se perguntado a que se destinava tanta rigidez com roupagem e justificativa de boa administração. 


Manual de controle ou arrocho disciplinar

Outro fator que agravou a indignação do corpo funcional, ainda em março de 2018, tem a ver com a edição de um manual que trouxe pavor diante de seus termos intimidatórios, do cerceamento do contraditório e da ampla defesa, e que jogava um peso sobre o funcionário como se fosse culpado até que demonstrasse o contrário. Foi o polêmico Manual de Controle Disciplinar. O dito manual versa sobre algumas questões que seriam passíveis de punições para os bancários, sendo que a justiça, há tempos, tem pacificado não serem aplicáveis tais sanções.

Este mesmo documento chega a incorrer em práticas antissindicais, parecendo querer tolher a liberdade associativa e ainda calar as denúncias.

Em seu texto, ele discorre sobre a possibilidade da dispensa motivada do funcionário já com o corte do salário e interrupção da contagem do tempo de serviço. Mas não para por aí: o manual também coloca a prerrogativa de o banco poder demitir por sua conveniência ou sumariamente.

Mais uma vez os funcionários levantam questionamentos como: As pessoas envolvidas nos malfeitos noticiados nos últimos dias invocarão para si todas as punições previstas no dito normativo?

O Sindicato levou ao conhecimento do judiciário as causas dos bancários e denunciou quando o banco descumpriu decisão judicial em desfavor dos funcionários. Também foi protocolado parecer do jurídico do Sindicato manifestando sua discordância com o texto do manual e questionando ponto a ponto suas incoerências jurídicas.

Fonte: SEEB/Brasília - Da redação


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