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27 de Novembro de 2018 às 16:45

Abertura de seminários da Fetec-CUT aponta para tempos de luta e obriga à busca da unidade nacional

Evento da Federação, que está sendo realizado em Brasília, continua nesta quarta 28 com debate sobre Jurídico e Comunicação


Na manhã desta terça (28), a Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) deu início aos Seminários de Comunicação, Saúde e Oficina Jurídica, realizados em Brasília. As atividades, que contaram com a presença de bancários de todas as bases sindicais, vão até a quinta (29), quando acontece a Assembleia Geral Ordinária da Federação.

O presidente da Fetec-CUT/CN, Cleiton dos Santos, abriu as discussões destacando a importância da realização dos debates e saudou a presença de todos os bancários presentes. "São temas essenciais para nossa categoria. E, nesse momento de ataques ao trabalhador, é necessário buscar compreender a melhor forma de transpor momento que se avizinha", disse.

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Cenário desafiador demandará unidade

Em seguida, a senadora e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, fez uma análise da conjuntura político-econômica e do cenário de precarização previsto para o próximo período. De acordo com Gleisi, após o golpe que tirou do poder a presidenta eleita democraticamente, Dilma Rousseff, teve início uma série de retrocessos, por meio da aprovação de projetos retrógrados. Dentre eles, a Emenda Constitucional (EC 95), que congela os investimentos públicos por 20 anos, a reforma trabalhista, que altera mais de 100 itens da Consolidação da Leis de Trabalho (CLT), e outros. 

Veja abaixo vídeo com a palestra de Gleisi Hoffman.



Gleisi destacou ainda que o que elegeu o candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL), não foi o seu plano de governo, mas a fábrica de mentiras no WhatsApp, que impulsionaram Fake News, como o “Kit Gay” e a mamadeira de pênis, por exemplo. "Ele teve a maioria dos votos, mas construída em cima de fraudes e mentiras. Ele não se elegeu discutindo o programa de governo. A sua pauta privatista e de entrega do patrimônio público não foi discutida em nenhum momento", disse.

Para a senadora, o governo de Bolsonaro será baseado em três pilares: autoritarismo, submissão aos Estados Unidos da América e ultraliberalismo, o que acarretará grandes prejuízos para o povo brasileiro. "A pauta econômica que está sendo montada é extremamente prejudicial para a população e que dificilmente trará qualquer resultado benéfico ao país. Teremos um estado totalmente repressor para prender a esquerda, o PT e os movimentos sociais", avaliou. 

Por fim, Gleisi ressaltou a importância do trabalho de base e do diálogo direito com a população. "Precisamos falar com o povo, mostrar tudo o que está em jogo. É sobre a vida das pessoas que temos que falar. Precisamos também fazer o discurso da economia, porque é disso que as pessoas entendem. Mostrar o impacto das propostas pelo novo governo. Será uma fase bem desafiadora, mas, tenho certeza que temos força e capacidade", afirmou.

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Pauta econômica de Bolsonaro é continuidade de Temer

A deputada federal e presidenta do PT-DF, Erika Kokay, também esteve presente no evento e destacou que o momento exigirá unidade da classe trabalhadora. "Temos o desafio de enfrentar, esclarecer e denunciar a política econômica do governo eleito. Trata-se de um governo pautado pelo desemprego e pela entrega do patrimônio nacional à iniciativa privada. Precisamos disputar as hegemonias e as narrativas. Pauta econômica é continuidade do governo Temer e não ficou clara no processo eleitoral", finalizou.

Ataques aos trabalhadores se intensificarão

Na análise da conjuntura econômica, o economista Max Leno de Almeida, técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) fez uma retrospectiva das mudanças que estão em curso no país com as reformas antipopulares do governo Temer, que devem se acentuar com o governo Bolsonaro e o programa ultraliberal do futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes.

Veja abaixo o vídeo do economista Max Leno.

Max Leno mostrou com dados como a economia brasileira e a situação dos trabalhadores estão sofrendo perdas com a PEC do teto de gastos e com a novas legislações trabalhista e de terceirização.

Os efeitos maléficos dessas medidas ainda vão se acentuar com o tempo e se agravarão muito com a política econômica que o governo eleito está anunciando, como reforma da previdência e privatizações de empresas públicas, entre elas Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Para o economista do Dieese, o movimento sindical precisará se reinventar para organizar os trabalhadores e enfrentar o tsunami anunciado.

A programação desta quarta-feira 28

Oficina Jurídica

9h00 – Análise um Ano de Reforma Trabalhista. Pluralidade Sindical. Palestrante: Dr. Eymard Loguércio.

10h00 – Estatuto. Palestrantes: Fernanda Giorgi e Antônio Megale, do Escritório LBS Advogados.

Visão Geral:

• Constituição Federal e liberdade de associação – Modelo sindical brasileiro.

• O Código Civil e a associação civil sem fins lucrativos – Exigências de cartório para o registro de pessoa jurídica.

• O Ministério do Trabalho e as normas para registro sindical e alteração estatutária.

Visão Específica:

• Os estatutos das entidades: administração e finanças – situação atual e melhores práticas.

• Os estatutos das entidades e as eleições – situação atual e melhores práticas.

Estatutos em foco

• Sugestões de alteração frente à reforma trabalhista.

12h00 – Debates e encaminhamentos.

 

28/11(tarde)

14h00 - Contabilidade sindical . Palestrante Valtuir Silvério, consultor contábil da CUT.

 

Seminário de Comunicação

15h00 – Desafios da Comunicação Sindical na era das fake News. Palestrante: Conceição Oliveira (Maria Frô), blogueira e midiativista.

16h00 – Debates e encaminhamentos.


Fonte: Leandro Gomes, do Seeb Brasília, com informações de José Luiz Frare


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