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6 de Janeiro de 2024 às 08:34

Centrais sindicais convocam atos em defesa da democracia para esta segunda 8 de janeiro

“Os atos criminosos e antidemocráticos que aconteceram há um ano no Brasil não podem se repetir jamais. É nossa tarefa histórica defender a democracia”, afirma presidente da CUT


A CUT, demais centrais sindicais e os movimentos sociais estão convocando para esta segunda-feira 8 atos e atividades, em todo o país, para marcar um ano da tentativa de golpe imposta por aliados do ex-presidente derrotado nas urnas em 2022. O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, participará do ato “Democracia Inabalável”, convocado pelo presidente Lula, que será realizado no Congresso Nacional, às 15h. Estaduais da CUT também realizaram atividades (veja abaixo).

“A CUT nasceu, em plena ditadura militar, forjada na luta pela democracia, pelas liberdades, por um Brasil mais igual e com justiça social. Por isso, convocamos os nossos entes, militância, trabalhadores e trabalhadoras a realizar e participar, em seus estados, de atividades e atos que mostrem que estaremos sempre vigilantes e prontos para defender a democracia”, convoca Sérgio Nobre.

“Jamais podemos esquecer o que acontece num país sem democracia, sem instituições fortes. Em governos autoritários, a classe trabalhadora é sempre a primeira a ser atacada, a perder seus direitos, empregos, renda. Foi o que aconteceu no período da ditadura militar e também após o golpe de 2016, quando o governo ilegítimo de Michel Temer e depois o do fascista Jair Bolsonaro atacaram os trabalhadores, a organização sindical e retiraram direitos conquistados durante décadas de luta”, diz Sérgio Nobre.

“A democracia, para os trabalhadores e trabalhadoras, é muito mais do que direito de votar em quem quiser, de se expressar de maneira livre, porque é na democracia que a classe trabalhadora pode se organizar, reivindicar, conquistar e ampliar direitos”, destaca o presidente nacional da CUT.

É sempre importante destacar, segundo Sérgio Nobre, “que fortalecer o movimento sindical é fortalecer a democracia e que democracia exige uma sociedade organizada, com sindicatos fortes”.

“Os atos criminosos que aconteceram em 8 de janeiro de 2023 no Brasil não podem se repetir jamais É nossa tarefa histórica defender a democracia”, afirma Sérgio Nobre.

Ato no Congresso Nacional

No ato Democracia Inabalável”, no Congresso Nacional, além do presidente Lula estarão presentes os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.

O ato comandando pelo presidente Lula terá mais de 500 convidados e convidadas, entre lideranças e representantes dos movimentos sociais e sindical, ministros e ex-ministros e do STF, presidentes dos tribunais superiores, ministros e ministras de estado.

Mobilizações nas ruas

Se unem à defesa da democracia os movimentos sociais Brasil Popular e Povo sem Medo, a CUT e sindicatos.

Para que não haja conflito de horários com a agenda oficial do governo, a CUT-DF está convocando um ato para o domingo (7), a partir das 10h no Eixão Norte, na altura do 208 Norte.

Atos na segunda-feira (8)

Recife (PE), às 10h, no Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, bairro da Boa Vista

Belo Horizonte (MG), às 16h, na Casa do Jornalista, na Avenida Álvares Cabral, nº 400, centro.

Porto Alegre (RS), das 17h às 19h, no Sindicato dos Bancários, na Rua General Câmara nº 424

Rio de Janeiro (RJ), às 17h, na Cinelândia

Aracaju (SE), às 8h no calçadão da João Pessoa, próximo ao Museu Palácio Olímpio Campos

João Pessoa (PB), às 15h, na Lagoa do Parque Solon de Lucena

 

Goiânia (GO), às 9h, Cepal do Setor Sul (Rua 15 com Rua Fued José Sebba)

Salvador (BA), às 9h, no Centro Administrativo, da Assembleia Legislativa (ALBA)

Vitória (ES), às 16h30, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo - Americo Buaiz nº 205

Campo Grande (MS), 17h, Sintell, à Rua José Antônio nº 1682

São Paulo (SP), às 17h, na Avenida Paulista em frente ao MASP

Raimundo Suzart, presidente da CUT-SP, ressalta que é muito importante que os movimentos sindicais defendam a soberania do país.

“Nós vimos recentemente o caso da refinaria Rlam vendida por Bolsonaro com prejuízo bilionário ao país. Eles queriam entregar o país. Por isso eleger Lula foi também defender a democracia. É extremamente importante que ataques e afronta à democracia nunca mais aconteçam”, diz Raimundo.

De acordo com o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, a avaliação dos movimentos sociais é de que é preciso marcar presença nas ruas em defesa da democracia, para além do ato institucional, principalmente nos locais onde os grupos de direita costumam fazer protestos. “Dia 8 de janeiro o Brasil se une em defesa da democracia”, destaca Bonfim.

Mostra no STF

Em paralelo ao evento no Congresso Nacional, o STF vai promover em seu edifício-sede no dia a mostra “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”, voltada à preservação da memória institucional da Corte. O edifício foi o mais depredado pelos manifestantes.

Protocolo de Segurança em Brasília

Na quinta-feira (4), o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o governo do Distrito Federal assinaram protocolo de segurança para os atos. O documento estabelece o planejamento e as prioridades de atuação, e marca também a entrega de 20 viaturas, armamentos, drones, cartuchos e demais equipamentos para o fortalecimento da segurança pública no DF.

O governo também monitora grupos bolsonaristas que articulam protestos antidemocráticos na data. A oposição ao governo Lula, por ora, contudo, vem descartando a possiblidade de realizar manifestações presenciais em Brasília para se contrapor ao evento dos três poderes. O grupo deve se ater a uma nota de repúdio.

Prisão de golpistas

O Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos do Ministério Público Federal (MPF) denunciou 1.413 pessoas. Entre eles, 1.156 incitadores, 248 executores, oito agentes públicos e um financiador dos atos criminosos. O STF já condenou 30 pessoas a partir de denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O grupo responde pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Nota das Centrais Sindicais

Saudamos, neste 8 de janeiro de 2024, a democracia.
Lembrar sempre para que não se repita

O movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras repudia qualquer ato golpista e antidemocrático, como o fez em janeiro de 2023. Associa-se às manifestações do dia 8/1/2024 em comemoração à Democracia Inabalada que derrotou os arreganhos golpistas de 8/1/2023.

Vivemos um extenso e sólido período sob o regime democrático no Brasil, marcado por eleições periódicas, pela plena funcionalidade do Congresso Nacional, pela independência e harmonia entre os poderes e pela liberdade de organização e atuação das entidades civis.

A escalada golpista que culminou com o ato criminoso do dia 8/1/2023, organizada por traidores da pátria que não aceitaram o resultado soberano das eleições, não conseguiu interromper este período que se estende desde o fim da ditadura militar, em 1985.

Cientes de que o Brasil tem desafios significativos à frente, reconhecemos a necessidade de avançar na inclusão social, garantindo acesso essencial à população mais vulnerável.

Precisamos avançar na geração de trabalho decente, na geração de mais empregos, na reindustrialização do país, no acesso à saúde, fortalecendo o SUS, e na garantia de acesso a todos os níveis da educação pública de qualidade. E só podemos avançar através do esforço das instituições democráticas.

Neste contexto, as entidades sindicais desempenham um papel central, garantindo a valorização salarial dos trabalhadores e das trabalhadoras, a conquista de direitos, condições de saúde e segurança nos locais de trabalho, bem como em manifestações por um sistema econômico e social que contemple a inserção do povo.

Desempenham também papel fundamental contra o autoritarismo. Foi assim, no período mais duro da ditadura militar quando, apesar das prisões, torturas, perseguições e intervenções, o movimento sindical resistiu e lutou por liberdade e por igualdade.

Hoje, para que o país avance, precisamos garantir que o caminho da democracia permaneça livre e seguro.

Após quatro anos de um governo que flertava abertamente com o autoritarismo, chegamos perto de um golpe. Corremos o risco de ver a democracia, pela qual lutamos bravamente, ser destruída. E isso nos ensina a ficar alertas e permanecer lutando cotidianamente por sua manutenção.

O movimento sindical sempre esteve na linha de frente da luta por um Brasil democrático. Por isso, convocamos a militância do conjunto das centrais sindicais a participar das atividades e atos em defesa da democracia neste 8 de janeiro de 2024.

São Paulo, 5 de janeiro de 2024

Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Moacyr Roberto Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)

Nilza Pereira, secretária-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora

José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor

 

Fontes: CUT, com informações da RBA e Agência Senado


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