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28 de Outubro de 2020 às 07:00

Bradesco descumpre promessa e promove onda de demissões também em Rondônia


Assim como vem acontecendo em todo o país nas últimas semanas, com o Bradesco demitindo mais de 1.200 trabalhadores desde o dia 28 de setembro, em Rondônia o banco já demitiu, até a data de hoje, 27 de outubro, 16 empregados no Estado, confirmando que, a exemplo de Santander e Itaú, o Bradesco não está cumprindo com a promessa feita ao Comando Nacional dos Bancários, em março deste ano, de não demitir enquanto durar a pandemia do novo coronavírus.

As demissões, até o momento, foram nos seguintes municípios: 2 em Vilhena, 1 em Ouro Preto do Oeste, 1 em Cacoal, 1 em Espigão do Oeste, 1 em Nova Mutum, 1 em Ariquemes, 1 em Alto Paraíso e 8 em Porto Velho.

E, assim como também ocorre no restante do país, a onda de demissões atinge até mesmo trabalhadores com estabilidade, doentes ou com atestado de saúde comprovando enfermidades. E as demissões são feitas da forma mais desumana possível, por telefone ou por mensagem em aplicativos.

De acordo com o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), o banco, com a justificativa de que está “se planejando para o futuro” (em campanha publicitária recentemente massificada em nível nacional) vai fechar inúmeras agências em todo o país, e em Rondônia não será diferente. Há informações dando conta de que pelo menos três agências terão encerradas suas atividades no Estado, sendo uma em Vilhena, a agência da avenida Prudente de Moraes e a situada ao lado do terminal rodoviário, essas últimas em Porto Velho.

E o curioso é que estas são as últimas agências remanescentes do extinto HSBC no Estado, que foi ‘incorporado’ pelo Bradesco no processo de fusão de 2016.

“Não dá para admitir essa postura desumana do Bradesco, que demite sem parar, dia após dia, sem o menor pudor, sem respeitar tantos anos de dedicação dos seus empregados, sem respeitar se o trabalhador está doente ou se tem alguma estabilidade no emprego. Nossa obrigação é sempre lutar pela defesa do emprego e dos direitos dos trabalhadores, e por isso estamos fazendo um acompanhamento minucioso dos casos, fazendo um levantamento geral para que possamos reivindicar a reintegração destes trabalhadores por via administrativa, ou, se for necessário, por via judicial. Não vamos descansar na defesa do emprego de tantos pais e mães de família que, neste momento de crise econômica e pandemia, precisam mais do que nunca do seu emprego”, comenta José Pinheiro, presidente do Sindicato, que orienta a todos os trabalhadores que forem demitidos a procurar imediatamente a entidade sindical na sede em Porto Velho ou em uma das subsedes do interior.

 

DEMISSÕES EM MASSA

Os bancos já demitiram mais de 12 mil trabalhadores até agora em 2020, em descumprimento ao acordo firmado em março com o movimento sindical bancário de quem não haveria demissões durante a pandemia. De acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, foram 12.794 demissões, contra 11.405 contratações, um saldo negativo de 1.389 postos de trabalho fechados. No levantamento do Caged para os meses de junho, julho e agosto fica claro que o ritmo das demissões na categoria aumentou. Em junho, foram registradas 1.363 demissões, número que sobe para 1.634 em julho e atinge 1.841 em agosto.

O primeiro banco a puxar a fila das demissões foi o Santander, que não esperou muito e começou a demitir ainda no primeiro semestre. O Itaú passou a demitir funcionários já no segundo semestre, o mesmo acontecendo com o Banco Mercantil do Brasil. A mais recente adesão à lista dos descumpridores do acordo foi a do Bradesco.


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