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10 de Fevereiro de 2021 às 15:45

Após paralisações, Comando Nacional dos Bancários abre negociação com BB nesta quarta 10

Paralisações e manifestações ocorreram em todo o país, inclusive na região Centro-Norte. Em Brasília, a PM agiu com violência contra bancários no edifício Sede I do BB


Após mais um dia nacional de mobilização, em que funcionários fizeram paralisação em todo o país contra a reestruturação e o desmonte do Banco do Brasil, o Comando Nacional dos Bancários retomou na tarde desta quarta-feira 10 as negociações com a direção do BB. As negociações prosseguiam no início da noite.

Durante o dia, agências e departamentos foram paralisadas no país inteiro, inclusive em todas as bases da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN). Em Brasília, a PM atacou os bancários na garagem do Edifício Sede I do BB, violando acordo entre a direção do Sindicato e a segurança interna do banco sobre como seria a manifestação no local.

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Os funcionários do BB cruzaram os braços em protesto contra o plano de reestruturação do banco, que prevê 5 mil demissões, o fechamento de 112 agências, de 242 postos de atendimento e sete escritórios. Também ocorreram manifestações públicas nas ruas e câmaras municipais e distribuídos panfletos informativos à população.

Cleiton dos Santos, diretor de Esportes do Sindicato e funcionário do BB, diz que os chamados programas de demissão “incentivada” que fazem parte da reestruturação são, na verdade, demissão na essência da palavra.

“São mais de cinco mil colegas postos para a rua, pois ninguém que faz concurso público para os bancos tem a intenção de interromper sua carreira pela metade. E a partir de hoje milhares de colegas na função de caixa terão seus salários reduzidos. E aqueles que não se mobilizaram, achando que estão a salvo, logo serão os próximos a serem massacrados pela sanha deste governo em extinguir postos de trabalho e diminuir este banco tão importante para a sociedade em geral para depois privatizá-lo”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN, funcionário do BB e membro do Comando Nacional.

“Não podemos nos acovardar. Precisamos defender o Banco do Brasil e seus funcionários, principalmente num momento de tamanha crise e de ataques sucessivos e incessantes às empresas públicas, que pertencem ao povo. A privatização do Banco do Brasil trará prejuízos enormes para o funcionalismo, mas muito mais para a população”, enfatiza Cleiton.

Ampla adesão

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, João Fukunaga, avalia: “Tivemos ampla adesão dos funcionários do Banco do Brasil neste dia de paralisação, em todo o país, nesta quarta-feira (10). Os cofres do banco em São Paulo, Campinas e Brasília ficaram fechados. E a paralisação de hoje é apenas mais uma no calendário de greves do BB, contra a execução do plano de cortes de custos do banco. O desmonte promovido pelo governo prejudica não somente os trabalhadores, mas aos clientes, que têm o serviço precarizado. Aguardamos a direção do banco para negociar melhores condições de trabalho e respeito à população”.

“As mudanças afetam a vida dos funcionários que saem e dos que ficam, devido à sobrecarga de trabalho e possíveis transferências. Mas, também podem afetar toda a economia, principalmente das cidades que perderão agências e de toda a população, que terá o atendimento prejudicado. Não dá para o banco fazer um reestruturação como esta sem conversar antes com as partes que serão afetadas”, completou.

O banco anunciou o pacote de reestruturação em janeiro e, desde lá, funcionários e suas representações sindicais buscam, em vão, informações sobre o plano para evitar danos aos funcionários e todos os demais afetados. Diante da negação do banco em negociar, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) solicitou a mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), mas até ontem as negociações haviam sido infrutíferas.


Fonte: Fetec-CUT, com Contraf-CUT e Seeb Brasília

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