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20 de Janeiro de 2021 às 07:16

Após BB anunciar reestruturação que pode fechar agências no AC, defensoria pede explicações a banco


Após o anúncio do Banco do Brasil sobre o Programa de Demissão Voluntária que pode resultar no fechamento de pelo menos quatro agências no Acre, a Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE-C), pediu explicações à superintendência do banco no estado sobre o possível fechamento.

O BB anunciou, na segunda-feira (11), a abertura de dois Programas de Demissão Voluntária com a previsão de adesão de cerca de 5 mil funcionários em todo país. Apesar de o banco não ter repassado os dados estaduais, o Sindicato dos Bancários do Acre (Seeb-AC) informou que quatro agências podem ser fechadas e outras duas transformadas em postos de atendimentos.

Depois do anúncio, a DPE enviou um ofício pedindo informações sobre a mudança nessa quinta-feira (14) e afirma que o fechamento pode gerar grande prejuízo aos consumidores, em especial aos hipossuficientes, que moram em municípios distantes, onde não há outras agências para atendimento.

Ao G1, o superintendente do banco no Acre, Márcio Carioca, disse que as informações dessa reestruturação estão restritas ao nacional do banco. Mas, afirmou que o banco foi notificado e dentro do prazo estabelecido vai responder ao pedido da DPE.

A defensoria alega que a mudança gera prejuízos tanto aos clientes, já que muitos não possuem conta bancária e nem acesso às plataformas virtuais de atendimento e necessitam de atendimento presencial nas agências. E também apresenta outro problema que é o desemprego que pode ter reflexos negativos para empresários e produtores rurais, fatores que dificultariam ainda mais o desenvolvimento da economia local.

Mudanças

Quando foram anunciados os planos, o presidente do Seeb-AC, Eudo Raffael, informou que as seguintes agências vão passar por mudanças e fechamento: Agência da Avenida Ceará, em Rio Branco; da Catedral, em Cruzeiro do Sul; Assis Brasil e Bujari vão ser fechadas. A agência de Mâncio Lima vai deixar de ser agência e se tornar posto de atendimento, assim como a de Feijó.

Eudo Raffael disse ainda que como o plano é de demissão voluntária, não tem como saber o total de servidores antes de fechar o prazo. O sindicalista disse ainda que a medida vai piorar o atendimento nas cidades e a oferta de créditos.

“Vai piorar a remuneração do trabalhador e em contrapartida não tem nada. A gente está reunindo o nosso jurídico com o jurídico de outros sindicatos da região Norte e Centro-Oeste para fazer uma ação jurídica comum para tentar suspender essa reestruturação. Mas, normalmente o entendimento da Justiça é que as reestruturações podem ser feitas por qualquer governo ou qualquer empresa. Juntos, vamos fazer uma assembleia na sexta-feira [15], para gente ver o que fazer, quanto movimento de trabalhadores”, acrescentou.

As chamadas modalidades de desligamento incentivado voluntário aos funcionários são as seguintes:

  • Programa de Adequação de Quadros (PAQ), a fim de otimizar a distribuição da força de trabalho, equacionando as situações de vagas e excessos nas unidades do banco. Além da opção de desligamento, o PAQ incentiva movimentações laterais para unidades onde existam vagas.
  • Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), disponível a todos os funcionários do BB que atenderem aos pré-requisitos e é específico para o incentivo ao desligamento, com limite de 5 mil adesões.

Os programas possuem regulamentos específicos que estabelecem as regras para adesão, que não foram especificados no fato relevante anunciado aos investidores.

O número final de adesões, assim como o impacto financeiro, serão informados ao mercado após o encerramento dos períodos de adesão, que ocorrerá até 5 de fevereiro, informa o banco.

Em ambos os programas, a adesão é voluntária e de caráter pessoal. Os incentivos variam de acordo com as condições estabelecidas por cada programa e pelas condições de cada funcionário.

Em julho de 2019, o Banco do Brasil anunciou um plano de desligamento incentivado para promover adequação nos quadros de funcionários, além de regularizar vagas e excessos em dependências e praças, otimizando a distribuição da força de trabalho nas unidades. Aderiram ao PDV 2.367 funcionários.

Em setembro de 2020, de acordo com último balanço de resultados, o Banco do Brasil tinha 92.106 funcionários, queda de 1,9% em relação a setembro de 2019 (93.872).

Readequação

As mudanças nas agências acontecem a partir de 22 de fevereiro, e os clientes dessas unidades serão informados por meio de SMS, aplicativo para celular, internet banking, terminais de autoatendimento, além de correspondências, e-mail marketing e cartazes nas agências.

A mudança de agência é automática. Os clientes não precisam fazer qualquer procedimento adicional e podem manter seus cartões e senhas para transações na nova agência, mesmo que haja alteração no número da conta.

O banco construiu um hotsite para esclarecer as medidas aos clientes. Em caso de dúvidas, poderão ser atendidos tanto via WhatsApp – (61) 4001-0001, assim como poderão entrar em contato com Central de Atendimento 0800 729 5291, de segunda a sexta-feira, das 8 às 20h.

Segundo o Banco do Brasil, a reorganização da rede de atendimento tem o objetivo de adequar ao novo perfil e comportamento dos clientes e abrange outros movimentos de revisão e redimensionamento nas diretorias, áreas de apoio e rede, privilegiando a especialização do atendimento e a ampliação da oferta de soluções digitais.

Fonte: G1 ACRE


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